A Hypera Pharma (ex-Hypermarcas) confirmou nesta segunda-feira, 2, ter assinado contrato com a Takeda Pharmaceutical International AG para aquisição de portfólio de 18 medicamentos isentos de prescrição (OTC, na sigla em inglês) na América Latina por US$ 825 milhões. Resultado da transação, as duas empresas também devem assinar acordo de fabricação e fornecimento, por meio do qual a Takeda continuará a fornecer produtos à companhia.
A transação, conforme a companhia, ainda está sujeita a determinadas condições, incluindo aprovação dos órgãos antitruste e a aprovação dos acionistas, e que está prevista para ocorrer até 31 de julho.
Em fato relevante, a Hypera afirma já ter assegurado com bancos linhas de crédito de R$ 3,5 bilhões para financiar a transação, cuja expectativa de conclusão é até o final de 2020.
Com a conclusão da transação e a recente aquisição da marca Buscopan, a Hypera Pharma passará a ser a maior empresa farmacêutica do Brasil e a líder absoluta em OTC, com participação de mercado de aproximadamente 20%, à frente do concorrente mais próximo com 11%, detendo duas das três maiores marcas de medicamentos OTC no país, de acordo com o IQVIA. Pelo acordo, a companhia também fortalecerá seu time de vendas e marketing com uma equipe de aproximadamente 300 pessoas da Takeda.
No final de semana, o jornal O Estado de S.Paulo antecipou que a empresa havia entrado na disputa para comprar os ativos da farmacêutica Takeda no Brasil e na América Latina.
Segundo fontes próximas às negociações, o valor da operação seria próximo de US$ 1 bilhão. A companhia japonesa, que entrou no Brasil em 2011, vendeu sua divisão de remédios genéricos há dois anos.
Em 2019, segundo a Hypera, o portfólio adquirido obteve receita líquida próxima de R$ 900 milhões, sendo que o Brasil correspondeu a 83% desse valor e o México a 15%.
O portfólio inclui produtos em áreas terapêuticas como cardiologia, diabetes, endocrinologia, gastrenterologia, sistema respiratório e clínica geral, além de marcas como Neosaldina, a terceira maior marca de medicamentos OTC no Brasil, Dramin e Nesina (para tratamento da diabetes tipo II).
Por Fabiana Holtz
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