A geradora de energia elétrica Eneva (ENEV3), controlada pelo banco BTG Pactual e pelo fundo Cambuhy Investimentos (da família Moreira Salles), anunciou no domingo (01) que enviou uma proposta com intenção de fusão junto à AES Tietê (TIET3/TIET4/TIET11).
A proposta visa “agregar os negócios das duas companhias, resultando na unificação das bases acionárias em uma companhia aberta listada no Novo Mercado da B3, com sólido portfólio de ativos, recursos complementares e potencial de se beneficiar de significativas sinergias operacionais e financeiras.”
A proposta inicial enviada oferece a troca de 0,0461 ação da Eneva por 0,2305 unit da AES Tietê (TIET11) mais R$ 6,89 por unit.
Dessa forma, os acionistas da AES Tietê, em conjunto, receberão um total de 91.994.693 ações ordinárias de emissão da Eneva, representativas de 22,58% do capital social da Eneva, após implementação da Operação.
O valor total da oferta representa um prêmio de 13,3% em relação ao fechamento do mercado da última sexta-feira.
A proposta está sujeita (i) à aprovação pelos acionistas da Eneva e da AES Tietê, reunidos em assembleia geral; (ii) à aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade); e (iii) à aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com analistas, a fusão entre Eneva e AES Tietê tem alto potencial sinérgico e, portanto, deve beneficiar as duas empresas. Por isso, esperamos impacto positivo no preço de ambas ações no curto prazo.
No pregão de sexta-feira (28), as ações ordinárias da Eneva (ENEV3) e as units da AES Tietê (TIET11) já haviam subido 3,8% e 3,3%, respectivamente, ante alta de 1,15% de Ibovespa.
A Eneva possui um parque gerador de 2,8 mil megawatts (MW), dos quais cerca de 2,2 mil MW em operação. A AES Tietê, por sua vez, possui um parque gerador de cerca de 3,4 mil MW, composto principalmente por hidrelétricas.
Caso a fusão seja consumada, a nova companhia seria a segunda maior geradora de energia privada do País, com capacidade de geração de 6,2 mil megawatts (MW) e faturamento anual de R$ 5 bilhões. O nível de endividamento é controlado: com relação dívida líquida/Ebitda de cerca de 3 vezes.
Com a AES, além de aumentar a capacidade, a geração será mais diversificada. A distribuição da nova empresa terá 44% da energia obtida por meio de hidrelétricas, 44% por térmicas, 7% serão de energia eólica e os 5% restantes serão de energia solar.
Dessa forma, a Eneva poderá ofertar energia durante todo o ano e não somente quando as térmicas são acionadas. Além disso, a fusão deve aumentar consideravelmente a liquidez das ações.
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