Os mercados internacionais caíram na manhã da quinta-feira (27) com notícias de que a propagação dos infectados pelo coronavírus permanece acelerada e já atingiu todos os continentes.
Uma pessoa na Califórnia que não havia sido exposta previamente a infectados pelo coronavírus e que também não havia viajado para países com incidência do vírus apresentou resultados positivos para a infecção. Foi a primeira transmissão desse tipo nos Estados Unidos, que já contabiliza 60 pessoas contaminadas, incluindo os 45 americanos repatriados da província chinesa de Wuhan, o epicentro do surto.
Na Europa, França, Alemanha e Espanha registraram novos casos, provavelmente associados ao surto na região italiana da Lombardia. Dinamarca e Estônia registraram os primeiros casos na manhã da quinta-feira.
No Oriente Médio, mais de 240 pessoas foram infectadas no Irã, e o vírus se espalhou para Bahrain, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. A Arábia Saudita interrompeu as visitas a alguns dos locais mais sagrados do Islã, nas cidades de Meca e Medina.
No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe determinou que as escolas japonesas fechem suas portas por um mês para ajudar a conter a propagação do vírus. O número de infectados no Japão avançou para 186, incluindo quatro vítimas fatais, sem contar 700 contaminados em um navio proveniente da China e que está atracado no porto japonês de Yokohama.
Como não poderia deixar de ser, as ações caíram, especialmente na Europa e na Ásia. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,13 por cento. Em Frankfurt, o índice Dax registra uma baixa de 2,2 por cento. Em Londres, o índice FTSE está em baixa de 2,04 por cento.
Os mercados futuros dos Estados Unidos e do Brasil também mostram baixas. Os contratos futuros do S&P 500 caem 0,97 por cento e os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em abril indicam uma baixa de 2,5 por cento, a 103.838 pontos.
INDICADORES
A semana começa com a inflação em baixa. A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de fevereiro. O índice confirmou as expectativas de deflação, e mostrou uma queda de preços de 0,04% no mês, após ter avançado 0,48% em janeiro. Com este resultado, o índice acumula alta de 0,44% no ano e de 6,82% em 12 meses. Em fevereiro de 2019, o índice havia sido de 0,88% e acumulava alta de 7,60% em 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,19% em fevereiro, após subir 0,50% em janeiro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,21%, após alta de 0,52% em janeiro. Seis dos oito grupos que formam o índice mostraram queda de preços. A principal foi do grupo Alimentação, cuja inflação desacelerou de 1,22% o em janeiro para 0,28% em fevereiro. No caso das carnes bovinas, depois de subir 1,95% em janeiro, os preços recuaram 4,59% em fevereiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,35% em fevereiro, ante 0,26% em janeiro.
O processo de ajuste do mercado continua, e os preços deverão abrir em mais um pregão de baixa, alinhados com a queda nas cotações internacionais. Apesar de as projeções de longo prazo para os resultados das empresas permanecerem positivos, o temor no curto prazo deve provocar mais uma sessão de volatilidade.
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