O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,04% em fevereiro, informou nesta quinta-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas. O resultado ficou 0,52 ponto porcentual abaixo da variação de janeiro, quando o indicador avançou 0,48%. Com o resultado, o IGP-M acumula variação de 6,82% nos 12 meses encerrados em fevereiro e de 0,44% em 2019.
Na margem, a inflação medida pelo IGP-M de fevereiro foi praticamente em linha com a mediana do levantamento Projeções Broadcast, que indicava queda de 0,05% para o dado. As estimativas iam de retração de 0,28% a avanço de 0,05%. No acumulado, o resultado também ficou próximo à mediana, de 6,81%, e dentro do intervalo (6,60% a 6,92%).
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) inverteu o sinal e caiu 0,19% em fevereiro, depois de avançar 0,50% no mês anterior. O indicador de custos do atacado acumula alta de 8,38% em 12 meses. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também desacelerou e subiu 0,21% nesta divulgação, de 0,52% em janeiro, e acumula 3,67% em 12 meses.
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), divulgado pela FGV na sexta-feira (21) ganhou tração e subiu 0,35%, após 0,26% no primeiro mês do ano. Em 12 meses, o grupo acumula variação de 4,15%.
IPAs
O IPA industrial teve queda de 0,41% no mês, depois de avançar 0,75% em janeiro. Os preços agrícolas, medidos pelo IPA Agropecuário, na outra ponta, subiram 0,45%, após queda de 0,21% na divulgação anterior.
Em 12 meses, o IPA acumula variação de 8,38%, enquanto os preços ao produtor industrial têm alta de 6,27% e os preços ao produtor agropecuário, de 14,79%.
Dois dos três estágios de produção tiveram deflação em fevereiro. Os bens intermediários tiveram a maior queda da divulgação, com taxa negativa de 0,33% – 1,54 ponto porcentual abaixo da variação de janeiro, quando houve alta de 1,21%. O principal responsável pela variação foi o grupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 4,20% para -3,67% no período.
Os preços dos bens finais também tiveram inversão de sinal e marcaram deflação de 0,55%, depois de avançarem 0,02% no mês anterior. O comportamento foi puxado pelo grupo de alimentos processados, que continuou desacelerando e caiu 1,57% em fevereiro, depois de uma queda de 0,44% em janeiro.
Na outra ponta, as matérias-primas brutas ganharam tração e avançaram 0,36%, de 0,26% no mês anterior. O crescimento foi puxado pela desaceleração na taxa de deflação dos bovinos, que passou de 5,83% em janeiro para 1,06% em fevereiro. Por outro lado, fizeram pressão para baixo o minério de ferro (1,43% para -0,01%) e o milho em grão (8,26% para 5,17%).
Em 12 meses, os bens intermediários acumulam taxa de 4,43%, os bens finais têm variação de 5,54% e as matérias-primas brutas subiram 16,52%.
Influências individuais
Além do milho em grão, pressionaram o IPA de fevereiro para cima os ovos (-0,96% para 8,69%), a cana de açúcar (1,62% para 1,82%), o leite in natura (1,01% para 2,77%) e o algodão em caroço (3,30% para 8,86%).
Na outra ponta, contribuíram com a queda do indicador o óleo diesel (3,15% para -9,78%), a soja em grão (-1,78% para -2,97%), a gasolina automotiva (0,11% para -7,28%), a carne bovina (-3,15% para -8,08%) e o café em grão (-1,64% para -6,61%).
Por Cícero Cotrim
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