Uma Lamborghini submersa na garagem de um condomínio, outros 40 carros “afogados” em uma concessionária de veículos importados, apartamentos que valem mais de R$ 850 mil reais sem energia elétrica ou água, estúdios fotográficos e produtoras de cinema completamente alagadas. Esse era o cenário em parte da Vila Leopoldina, na zona oeste, um bairro que vive ao menos uma década de valorização e de crescimento imobiliário (a média do metro quadrado na região é de R$ 8.700), mas não escapou da fúria das chuvas que atingiram São Paulo a partir da madrugada de segunda-feira, 10.
Às 5 horas, o telefone tocou no apartamento da advogada Erika Teixeira, de 31 anos, em um condomínio de classe média alta na Avenida Dr. Gastão Vidigal. Era o porteiro avisando que a água estava subindo muito depressa e os carros na garagem estavam em risco. “Eu e meu marido estávamos quase comprando esse apartamento. Depois do que aconteceu ontem, vamos repensar isso”, contou Erika.
Perto dali, na Avenida Mofarrej, outro condomínio de luxo teria a garagem invadida pela água. Em um vídeo que correu a internet e emissoras de TV, via-se uma Lamborghini sendo completamente tomada pelas águas. O prejuízo estimado é de R$ 1,7 milhão. O proprietário não foi encontrado ontem, mas outros moradores comentaram que ele estava em prantos e o carro não tinha seguro.
Longe da realidade dos carros importados, duas favelas da Vila Leopoldina foram gravemente atingidas pela enchente. Nas comunidades da Linha e do Nove, a manhã de ontem foi de tentar recuperar aquilo que foi perdido: colchões, móveis e mantimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Gilberto Amendola
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