Com o corpo de Adriano Magalhães da Nóbrega liberado pelas autoridades da Bahia, a expectativa é de que ele seja enterrado amanhã no Rio. Morto no último domingo no município de Esplanada, Capitão Adriano, como era conhecido o miliciano ligado ao senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), teve o corpo levado para Alagoinhas, cidade próxima ao local em que ele foi encontrado.
O corpo foi liberado às 14h desta segunda-feira, segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, e o deslocamento para o Rio está sendo feito nesta terça-feira pela família. A expectativa é que chegue até o final do dia na cidade em que ele atuava antes de virar foragido da Justiça, em janeiro de 2019. Quem cuidou dos trâmites burocráticos para a liberação do corpo foi a irmã dele.
Apontado como chefe do grupo Escritório do Crime, que domina regiões da zona oeste do Rio, Adriano foi morto por policiais da Bahia após um trabalho de cooperação com a Polícia Civil do Rio, que enviou dois agentes da área de Inteligência para acompanhar a operação. A ação foi autorizada pela Justiça baiana após um trabalho de parceria entre os Grupos de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizada (Gaeco) dos dois Estados.
Segundo a versão policial, ele reagiu com dois tiros quando os policiais chegaram na casa em que estava escondido – e, por isso, precisou ser morto. A Secretaria de Segurança da Bahia considera absurda a tese de que havia um interesse em matar o miliciano para “queimar arquivo”, como foi mencionado pelo próprio Adriano em relatos antes de ser morto.
A versão oficial também diz que Adriano foi atingido por dois tiros. Ele morreu após passar mais de um ano foragido, desde a deflagração da Operação Os Intocáveis pelos investigadores do Rio. Estava, desde dezembro passado, na Bahia.
Até o final de janeiro, Adriano alugava uma casa de luxo na Costa do Sauípe; depois, quando fugiu de uma tentativa de captura, seguiu para Esplanada, onde passou uma semana na casa de Leandro Guimarães, homem que organiza vaquejadas naquela região. Guimarães está preso na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Salvador.
A investigação que tem Adriano como foco é a que mira o Escritório do Crime. No entanto, o miliciano passou a ser mais conhecido pela menção a seu nome em dois casos de ampla repercussão tocados pelo MInistério Público do Rio: a morte da vereadora Marielle Franco e o esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Por Caio Sartori, enviado especial a Salvador
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