Morto na manhã deste domingo, 9, pela polícia da Bahia, o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como Capitão Adriano, estava convencido de que queriam matá-lo, não prendê-lo. Nos últimos, tanto ele quanto sua esposa relataram que tinham certeza de que havia um plano de “queima de arquivo” em curso contra o ex-policial militar.
Apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo que atua na zona oeste do Rio, Adriano é citado nas duas investigações de maior repercussão do MInistério Público fluminense: a da morte da vereadora Marielle Franco e a que apura o suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual.
Foragido desde a Operação Os Intocáveis, que em janeiro do ano passado prendeu a cúpula do Escritório do Crime, Adriano estava na Bahia e chegou a escapar da polícia no dia 31 de janeiro deste ano, quando os agentes foram à casa em que ele estava escondido até então.
O ex-capitão do Bope nunca havia falado diretamente com seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, até a quarta-feira passada. Foi quando, preocupado com os últimos movimentos da polícia, ligou para ele e relatou que tinha “certeza” de que queriam matá-lo para “queimar arquivo”. A viúva do miliciano também fez o mesmo relato.
Adriano estava, quando foi morto, na zona rural de Esplanada, município baiano. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Bahia, da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública, encontraram o foragido.
Segundo os policiais baianos, ele estava com uma pistola austríaca calibre 9mm – o que a defesa nega. Ele teria, de acordo com a versão oficial da morte, trocado tiros com os agentes.
Por Caio Sartori
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