O embaixador da Espanha no Brasil, Fernando García Casas, manifestou agradecimento ao Estado brasileiro por conta da extradição de Carlos García Juliá, condenado por terrorismo no episódio conhecido como “Massacre de Atocha”. Um coquetel para marcar o trabalho de cooperação entre os dois países foi oferecido pela representação espanhola ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, na manhã deste sexta-feira, 7.
“Em democracias consolidadas como as nossas, não deve haver espaço mínimo de impunidade para aqueles que violam de maneira tão grave a lei e os direitos dos cidadãos”, afirmou o embaixador.
Horas antes, ainda na madrugada, Juliá desembarcou em território espanhol, onde permanecerá sob custódia. “Com a concessão dessa extradição por parte do Brasil, o fim do período sombrio de nossa história fica mais próximo”, frisou Casas.
Em discurso, Toffoli afirmou que o dia foi de celebrar a Justiça no mundo globalizado e democrático. “O terrorismo não constrói nada, só destrói. O que constrói é o pluralismo, as diferenças”, disse.
Sergio Moro declarou que a Justiça pode até tardar, mas não falha. “Não há lugar no Brasil para criminosos ou para terroristas, quaisquer que sejam suas motivações”, discursou o ex-juiz federal.
Carlos García Juliá é um dos condenados pela chamada matança de advogados de Atocha, em Madri, em 1977. Ele foi detido em dezembro de 2018 pela Polícia Federal, em São Paulo. Pela morte de cinco advogados, chegou a ser condenado na Espanha a 193 anos de prisão.
A extradição foi autorizada em agosto de 2019 pela Segunda Turma do STF. De acordo com a Suprema Corte, os crimes por ele praticados decorreram de ativismo político no grupo contrarrevolucionário de ultradireita “Falange Espanhola”, contrário a movimentos sindicais.
Por Vinícius Valfré
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