O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo/Broadcast, que o País precisa tentar aprovar reformas possíveis em um cenário de eleições de 2020. “Sempre digo que o ótimo é inimigo do bom.”
Apesar de não ter expectativa de uma redução da carga tributária – por causa da situação fiscal do País -, o executivo disse que a simplificação da estrutura de impostos já ajudaria o Brasil. “Reduzir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas.”
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Uma eventual desaceleração das reformas pode prejudicar o crescimento do País?
Nossa projeção para o PIB segue em 2,5% para 2020. Não vamos mexer por enquanto. A reforma da Previdência era a mais importante e passou. Pelo que tenho visto, apesar de termos calendário eleitoral, vamos conseguir andar com as reformas administrativa e tributária, além da independência do Banco Central.
E a qualidade das reformas?
Não serão reformas ótimas. Sempre digo que o ótimo é inimigo do bom. A gente sabe que não dá para diminuir a carga tributária no Brasil porque temos um problema fiscal. Precisamos diminuir o número de impostos e desburocratizar – e isso está na proposta do Baleia Rossi (MDB-SP) e do (economista) Bernardo Appy.
Qual seria o impacto dessa simplificação tributária para o País?
O Bradesco tem 372 funcionários no departamento de auditoria só para cuidar de impostos. Se for simplificado, poderia ter metade. Reduzir o número de impostos tiraria um custo importante das empresas.
Quais são as expectativas do banco em relação a resultados?
A gente sabe da pressão regulatória e que deverá ter novas mudanças. Mas, quando olho cada linha do balanço do banco crescendo, não é o que vejo. A Losango, financeira do HSBC, veio para ser fechada. Resolvemos esperar. Cortamos os funcionários pela metade e a empresa entregou R$ 300 milhões de lucro em 2019. No balanço, não há nenhum protagonista. O Bradesco dá resultados em várias linhas.
A melhora da economia ajuda?
Quando olho um PIB crescendo 1,2% e o fato de termos sido capazes de crescer 34% no crédito pessoal, 1% no imobiliário e mais de 20% em veículos, ocupamos espaço da concorrência. O time está preparado para capturar esse crescimento da economia brasileira. Nosso guidance pode ser audacioso? Pode. Um presidente de uma grande companhia tem de se desafiar o tempo todo porque, senão, a empresa não cresce.
E a rentabilidade? O banco quer recuperar o segundo lugar nesse quesito?
Não é uma obsessão, mas é o nosso objetivo lá na frente. É encurtar a distância para quaisquer outros concorrentes que estejam na nossa frente.
E as fintechs, podem atrapalhar o Bradesco?
Para nós, pode ter certeza que não é (um problema). Nós vamos crescer.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Aline Bronzati
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