O último aditivo do contrato da auditoria que custou R$ 42,7 milhões ao BNDES para abrir a “caixa-preta” nas operações com o grupo J&F poupou o empresário Joesley Batista e o ex-ministro, Antônio Palocci, de serem investigados.
O contrato foi firmado com a KPMG, que acompanhou a auditoria como revisor, no dia 2 de setembro de 2019, pelo atual presidente do banco, Gustavo Montezano. O documento previa que a empresa, em conjunto com a Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, ampliasse o escopo da auditoria para entrevistar e investigar alvos da Operação Bullish, deflagrada em março de 2019. Como resultado da operação, o Ministério Público Federal de Brasília acusou a JBS de fraude no BNDES e cobrou devolução de R$ 21 bilhões.
Já a auditoria contratada pelo banco mirou oito operações a empresas do grupo J&F (JBS, Bertin e Eldorado Celulose), ouviu 51 pessoas (o banco não informa a identidade delas) e, no final, como revelou ao jornal O Estado de São Paulo, não encontrou irregularidade.
No aditivo para ampliar o contrato da KPMG em R$ 2,3 milhões, assinado na gestão Montezano, há a ressalva de que não seriam incluídos no escopo da auditoria “custodiantes” que tiveram as denúncias negadas na 12ª Vara Federal do DF.
Apesar de não citar nominalmente Joesley e Palocci, apenas eles e três funcionários do banco tiveram denúncia rejeitada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos. O MPF recorreu da decisão.
Em nota, o banco afirmou que Joesley e Palocci não poderiam ser obrigados a dar entrevistas para a auditoria porque não são funcionários do banco. Especialistas disseram que uma auditoria, exatamente por não ser um procedimento policial, pode tentar ouvir qualquer um.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Patrik Camporez
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