A gestora de ações Squadra Investimentos publicou sua carta do gestor anual, no domingo (2), em conjunto com uma análise minuciosa justificando sua posição vendida em IRB (IRBR3).
O relatório de cerca de 150 páginas indica que o lucro antes do imposto de renda (LAIR) da resseguradora dos nove meses de 2019 foi composto por diversos itens não-recorrentes, como venda de participação em shoppings, reavaliações de ativos e contratos de subscrição, reversões de provisões e não-constituição de provisões inerentes ao modelo de negócio de uma resseguradora.
Além disso, a gestora apontou que os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), reguladora do mercado de seguros brasileiro, não parecem conversar com os dados reportados pelo IRB, que detém market share de aproximadamente 35%.
A notícia impactou negativamente os papéis do IRB (IRBR3), que caíram mais de 14% no intraday e fecharam em queda de 9% na segunda-feira (3).
É importante ressaltar que a gestora Squadra detém posição vendida nos papéis da companhia e, desta forma, apresenta um viés em sua análise, pois se beneficia da queda das ações da resseguradora.
Os demonstrativos financeiros da resseguradora são auditados trimestralmente por auditoria externa, conforme previsto na Lei das S.A., e a PwC (auditoria contratada) não averiguou qualquer indício de manipulação contábil em seus números.
Analitas do mercado avaliam que apesar da Squadra ter afirmado que o IRB apresenta fraca geração de caixa, a afirmação não procede, pois o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) da companhia mostra que o IRB gerou R$ 14,6 milhões nos nove meses de 2019, sendo R$ 1,2 bilhão apenas da geração de caixa da atividade operacional da companhia. A aposta é que o preço das ações deve se normalizar nos próximos dias.
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