A Cogna (COGN3) anunciou a realização de uma oferta de distribuição primária de 172.117.040 ações ordinárias. O preço por ação será determinado por meio do procedimento conhecido como bookbuilding.
Com base na cotação de fechamento do dia 31 de janeiro, a emissão deve movimentar R$ 2 bilhões, podendo chegar a R$ 2,7 bilhões, caso haja oferta adicional de ações. A oferta deve ser precificada no dia 11/02.
De acordo com o fato relevante emitido pela companhia, os recursos serão destinados para “aquisições de sociedades que atuam no ensino superior e otimização da estrutura de capital da Companhia”.
As empresas de ensino superior seguem numa fase de adaptação após seus anos dourados de grandes lucros, quando o programa de financiamento do governo (Fies) era relevante. Recentemente, a Anima Educação (ANIM3) também concluiu seu processo de captação de recursos junto ao mercado por meio de uma oferta primária.
A Cogna apresentou no terceiro trimestre de 2019, último resultado divulgado, uma dívida líquida de R$ 7,9 bilhões, valor aproximadamente de 3,2 vezes o seu Ebitda. O número, entretanto, engana, já que são considerados itens não recorrentes, reversões de provisões e recebíveis de alunos (que podem sofrer com inadimplência).
Então a oferta vem para auxiliar a empresa em sua estrutura de capital, reduzir o endividamento, e prepará-la para aproveitar a retomada no mercado de ensino.
Além da oferta de ações da própria companhia, existe a intenção da abertura de capital (IPO) de uma de suas controladas, a Vasta, nos Estados Unidos. A empresa pretende vender 20% de sua participação e arrecadar R$ 2 bilhões.
Na avaliação de analistas, a oferta vem num momento bom para a companhia, dada a sua necessidade de reduzir o endividamento e do alto apetite do mercado por emissões. Assim sendo, a notícia é positiva para os negócios da Cogna, muito embora as ações possam reagir negativamente a divulgação por conta da pressão do volume de vendas.
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