Quem passou nesta semana pela orla de Vitória, capital do Espírito Santo, se surpreendeu com um veículo diferente em circulação. Na terça-feira, dia 3, começaram a rodar 20 “tuk-tuks”, espécie de triciclo, comum em países asiáticos. O serviço do novo modal, trazido ao Brasil pela Uber em parceria com a Movida, é inédito no Brasil. O veículo, elétrico, pode carregar até duas pessoas, além do motorista, e tem cinto de segurança.
Neste início de operação, os 20 “tuk-tuks” estarão disponíveis nos bairros Mata da Praia, Jardim Camburi, Santa Lúcia e Santa Helena, que estão à beira-mar. O veículo só poderá ser chamado por usuários que estiverem e colocarem como destino ruas desses locais. Segundo a Uber, o preço mínimo da viagem é R$ 4, inferior ao cobrado pelos carros.
“Foi uma experiência divertida porque as pessoas passavam acenando e tirando fotos da gente no veículo”, contou o estudante Jacob Kilppel, de 23 anos, que pediu a corrida com o namorado, Ícaro Pratti, também de 23. “Além de ser divertido, o veículo é 100% elétrico e segue as tendências que pensamos para um mundo mais sustentável. E o preço também é mais baixo ao de um carro comum”, disse Pratti.
Já a estudante Camila Pimentel, de 30 anos, se frustrou com o início do serviço. Ela pediu uma corrida da Avenida Leitão da Silva à Avenida Nossa Senhora da Penha, ambas em Santa Lúcia, mas no aplicativo não apareceu a opção do “tuk-tuk”. “Não vi ninguém que tenha conseguido chamar”, reclamou. Procura, a Uber não respondeu ao questionamento feito pela reportagem.
Para Silvia Penna, gerente de operações da Uber que atua com “tuk-tuks” em países asiáticos, Vitória foi escolhida porque tem um litoral considerado excelente para esse tipo de opção. Em nota, a Movida informou que há possibilidade de expansão do serviço conforme a aceitação do mercado e o nível de utilização por parte da população.
A Uber também não informou quantos motoristas – que precisam ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) A ou B – se cadastraram para dirigir o “tuk-tuk”.
Em nota, a Associação dos Motoristas de Aplicativo do Espírito Santo (Amapes) demonstrou preocupação com o “tuk-tuk”. “Estamos preocupados com a segurança dos passageiros e não tivemos conhecimento de treinamento aos motoristas.”
A Movida rebateu, afirmando que os veículos têm “todos os itens de sinalização de um carro tradicional, como piscas e luz de freio”. Um “tuk-tuk” pode alcançar até 35 quilômetros por hora. A Uber não se pronunciou sobre a preocupação da Amapes.
Por Matheus Brum, especial para o Estado
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