O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira, 31, a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública Estadual para desenvolver ações preventivas para o coronavírus e medidas para atendimento de casos suspeitos, além da aquisição de kits para diagnosticar a doença. O Estado tem três casos suspeitos da doença – dois na capital e um em Paulínia – em analise e os resultados devem ser divulgados na próxima semana.
“Foi elaborado um plano de contingência com o Ministério da Saúde que tem três eixos: vigilância em saúde, assistência e comunicação. Temos leitos para fazer o atendimento de casos, o que não é a situação desses três casos suspeitos, que estão sendo atendidos em casa”, explica o secretário de Estado da Saúde José Henrique Germann.
A gestão estadual informou que R$ 200 mil foram destinados para a aquisição de kits diagnósticos para o Instituto Adolfo Lutz.
“Receberemos na segunda do Ministério da Saúde mais kits para complementar, dada a dimensão da necessidade diagnóstica”, diz Paulo Menezes, coordenador de controle de doenças da Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo Menezes, os resultados dos exames devem ser conhecidos em um curto período de tempo. “Estamos com uma logística para a amostra chegar ao laboratório de forma mais rápida. A partir da coleta, tem capacidade de dar o resultado em até 72 horas após a chegada da amostra.”
De acordo com o coordenador, as amostras dos três casos suspeitos já estão em análise e o resultado deve ser divulgado na próxima segunda-feira.
Na capital, há dois dos casos suspeitos, o de um menino de 6 anos e um homem de 33 anos que retornaram da China neste mês e apresentaram sintomas. O outro caso é de um homem de 45 anos que é de Paulínia e também esteve na China. Um registro, de uma menina de quatro anos, foi descartado.
De acordo com Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde, a pasta está atenta ao período do carnaval, quando há grande aglomeração de pessoas.
“Temos um plano estratégico para os oito dias. Teremos tendas em 100 pontos em toda a cidade e 100 ambulâncias. A estrutura de saúde está preparada para atender nos oito dias.”
De acordo com Menezes, critérios serão adotados para classificar um caso como suspeito.
“O momento de procurar atenção é quando começar a sentir algum desconforto, mas não significa que é coronavírus. Os critérios são febre, tosse, coriza, falta de ar e ter estado na China.”
Plano de monitoramento
Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou a criação de um plano para monitoramento e resposta para casos suspeitos de coronavírus no Estado de São Paulo, uma mobilização que vai englobar os principais hospitais de referência, como Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital das Clínicas. A pasta informou ainda que profissionais estão sendo treinados para fazer a detecção e notificação de possíveis casos da doença.
O Plano de Risco e Resposta Rápida se baseia nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para oferecer as informações aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.
Coronavírus
Nesta quinta-feira, 30, a disseminação do coronavírus, surgido na China, levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar emergência de saúde pública de interesse internacional. Em um mês, o vírus chegou a 20 países de quatro continentes, matando 213 pessoas e deixando 9,7 mil infectados.
No Brasil, nenhum caso foi confirmado, mas são monitorados nove casos suspeitos. Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde também nesta quinta, os registros estão distribuídos em Minas Gerais (1 caso suspeito), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3), Rio Grande do Sul (2), Paraná (1) e Ceará (1).
De acordo com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), braço da OMS nas Américas, os coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus que causam doenças que variam do resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV).
Os sinais e sintomas da pneumonia indeterminada são principalmente febre, dor, dificuldade em respirar em alguns pacientes e infiltrado pulmonar bilateral.
Por Paula Felix
Be First to Comment