O Santander Brasil teve lucro líquido de R$ 3,7 bilhões no quarto trimestre de 2019, expansão de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, o banco espanhol fechou o ano passado com ganhos de R$ 14,5 bilhões, crescimento de 17,4% em relação a 2018. A operação brasileira, que já era líder global em resultados para a instituição financeira, ganhou ainda mais relevância, passando de 26% para 28% do lucro global entre 2018 e 2019.
Durante a divulgação do balanço, a presidente global do Santander, Ana Botín, destacou os resultados da América do Sul, lembrando que o Brasil teve “o melhor resultado de todos os tempos”. Os dados do banco mostram o cumprimento de todas as metas estabelecidas para a operação brasileira. O banco de investimentos Credit Suisse viu, mesmo assim, uma “ligeira piora na qualidade dos resultados” do banco no último trimestre de 2019.
Com o resultado de 2019, o Santander também divulgou projeções mais otimistas para a economia brasileira. Para o Produto Interno Bruto (PIB), o banco passou a prever um crescimento de 2,3% em 2020, ante 1,6% no fim de outubro, época da divulgação do balanço do terceiro trimestre. Para 2021, na mesma comparação, a estimativa subiu de 2,2% para 3%. Para o PIB de 2019, que será divulgado em março, o Santander aposta em avanço de 1,2%, ante 0,8% da última projeção.
Em relação aos juros no Brasil, o Santander prevê que a Selic cairá mais 0,5 ponto porcentual até o fim deste ano, chegando a 4%. A instituição espanhola prevê, porém, que ela voltará a subir no ano que vem, fechando 2021 a 6% ao ano. A inflação oficial – IPCA, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – deve ficar em 3,4% e 3,8% em 2020 e 2021, respectivamente. Já a projeção para o dólar é de R$ 4 neste ano e R$ 4,10, no próximo.
Crédito.
Além de apostar em uma economia mais forte, o banco divulgou acreditar que poderá manter bons resultados no que se refere à concessão de crédito. O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmou que o banco deve continuar a expandir a oferta de crédito em mais de 10%. A carteira de crédito ampliada do Santander cresceu 11,8% em 2019, ante 2018, para R$ 432,6 bilhões (ver quadro).
Sobre o crédito para grandes empresas, que teve desempenho discreto no País nos últimos anos, o presidente do Santander lembrou que o banco tem se beneficiado da relação que mantém em setores como energia e infraestrutura e também em consumo. No quarto trimestre de 2019, a carteira do banco neste segmento teve expansão de 11,9% em um ano.
O Santander revelou ainda que continuará a expansão de sua empresa de maquininhas de cartão, a GetNet, para outros mercados da América Latina. O negócio, que já chegou ao Chile, deverá desembarcar no México até o meio do ano e na Argentina também ainda em 2020. O banco deve ainda levar sua financeira à Argentina. “Já temos a financeira no Chile e estamos desenvolvendo a mesma coisa no Peru e Colômbia”, disse Sérgio Rial.
A GetNet capturou R$ 61,1 bilhões em transações no quarto trimestre do ano passado, volume 11,7% maior do que o do mesmo período de 2018, de R$ 54,7 bilhões. O negócio encerrou o ano com 755 mil clientes ativos, alta de 30% em 12 meses, e com 1,4 milhão de maquininhas instaladas. A participação de mercado no Brasil, segundo o banco, está em 11,3%. Ana Botín, presidente global, considerou os resultados da GetNet como “muito competitivos”.
Efeito extraordinário.
O Santander Brasil informou ainda que o resultado do quarto trimestre teve o efeito do recálculo dos créditos tributários decorrentes do aumento da alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% decorrente da reforma da Previdência, o que gerou um crédito tributário de R$ 2,7 bilhões.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Aline Bronzati e Célia Froufe
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