O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu nesta quinta-feira manter sua taxa básica de juros em 0,75%, mas sinalizou a possibilidade de afrouxamento monetário no futuro e cortou suas projeções de crescimento para o Reino Unido neste e nos próximos dois anos.
Sete dos nove integrantes do comitê de política monetária do BoE votaram pela manutenção do juro básico, com o argumento de que as notícias no âmbito comercial melhoraram, principalmente após EUA e China fecharem um acordo comercial preliminar no último dia 15, a redução das incertezas em torno do Brexit – como é conhecido o processo para que o Reino Unido saia da União Europeia – e a expectativa de novos estímulos fiscais.
Já os dissidentes, Jonathan Haskel e Michael Saunders, defenderam corte do juro básico em 0,25 ponto porcentual, a 0,50%, com a justificativa de que tanto a expansão econômica quanto a inflação do Reino Unido estão fracas em função do Brexit, que será implementado nesta sexta (31), e também apontando “incertezas” globais”.
Na ata da decisão de hoje, o BoE se mostrou mais pessimista em relação à perspectiva econômica do Reino Unido. O BC inglês agora espera que o PIB britânico cresça 0,75% em 2020, 1,50% em 2021 e 1,75% em 2022%. As projeções anteriores eram maiores, de 1,25%, 1,75% e 2%, respectivamente.
Apesar de optar pela manutenção do juro básico hoje, o BoE ponderou que um corte da taxa poderá ser necessário se sinais da recuperação global não se sustentarem.
Por unanimidade, o BoE também decidiu manter o tamanho de seu programa de compras de bônus do governo, os Gilts, em 435 bilhões de libras.
Por Sergio Caldas
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