As infecções pelo novo coronavírus, geralmente associadas a quadros de pneumonia, podem ocorrer também sem que o infectado apresente sintomas, o que pode dificultar a contenção do surto. É o que indica um estudo de pesquisadores chineses publicado na sexta-feira 24, no periódico científico The Lancet.
A conclusão vem da análise de uma família chinesa que teve seis integrantes infectados. Eles foram diagnosticados na cidade de Shenzen, onde moram, mas haviam viajado a Wuhan, epicentro do surto, dias antes da detecção da doença. Segundo o artigo, um dos integrantes da família, um menino de 10 anos, foi infectado pelo vírus, mas não teve manifestação da doença, enquanto os outros cinco apresentaram sintomas.
O diagnóstico surpreendeu os médicos, que inicialmente não pensavam em submeter o garoto a exames. Os testes só foram feitos por insistência da família, que estranhou o fato de o garoto ter viajado a Wuhan e não apresentar a doença.
Os autores do estudo destacam que esse achado indica mais uma dificuldade para conter o surto, já que o paciente pode carregar e transmitir o vírus sem apresentar sinal da doença. “Esses casos enigmáticos de pneumonia ambulante podem servir como uma possível fonte para propagar o surto”, destacam os especialistas.
Eles também ressaltam que, no caso dos pacientes com sintomas, as manifestações podem mudar de paciente para paciente. Embora a maioria relate febre, tosse e dificuldade para respirar, dois membros da família estudada tiveram como primeiro sintoma uma diarreia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Fabiana Cambricoli
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