O ciclone subtropical formado na última quinta-feira, 23, na costa do Sudeste, já está se afastando do país e deve se dissipar até domingo, sem causar maiores alterações meteorológicas. O único efeito da tempestade em alto mar foi contribuir para a leve chuva que atinge no sul do Rio de Janeiro. As enxurradas registradas em Minas e no Espírito Santo, no entanto, não estão relacionadas ao fenômeno.
“Na verdade, o principal sistema meteorológico atuando em Minas, Espírito Santo e Rio de Janeiro hoje é a chamada zona de convergência do Atlântico Sul, a umidade da Amazônia que chega ao Sudeste”, explicou a meteorologista Caroline Vidal, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inpe).
“Segundo a especialista, a formação de ciclones em alto mar relativamente próximo da costa Sudeste e Sul do Brasil não é raro, uma vez que acontece, em média, de uma a duas vezes por ano, no período do verão. “É um fenômeno comum, não atípico”, explicou. “Pode não ser muito frequente, mas acontece sempre.”
O ciclone pode ser definido como uma grande perturbação da atmosfera terrestre, um sistema de tempestade. Os ciclones podem ser classificados como extratropicais (quando é mais frio), subtropicais (quando é quente no centro e mais frio na superfície) ou tropicais (quando é todo mais quente). Dependendo da velocidade alcançada por seus ventos, o ciclone tropical pode se transformar em furacão.
O atual fenômeno formado na costa brasileira é subtropical e foi, inicialmente, classificado como depressão. Depois, com os ventos alcançando 65 km/h foi reclassificado como tempestade pela Marinha e ganhou o nome de Kurumin (criança em tupi). Por conta da tempestade, a Marinha também lançou um alerta a navegantes.
“Ele ganhou força ontem (quinta) à noite e chegou a ter ventos de 67 km/h”, explicou Vidal. “Os ventos continuam intensos, mas ele está se afastando cada vez mais da costa; até domingo deverá se dissipar.”
Por Roberta Jansen
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