O dólar passou a cair no mercado doméstico, precificando expectativas de novos fluxos financeiros positivos em meio a emissões externas de empresas e bancos brasileiros – que somam cerca de US$ 3,850 bilhões nesta semana -, além de ingresso efetivo de capitais estrangeiros e vendas de exportadores, afirmou um operador de câmbio. Na quarta-feira, 22, o Bradesco fechou captação externa de US$ 1,6 bilhão, a Eletrobras iniciou o processo para realizar emissões de títulos no exterior (notes) no total de até US$ 1,75 bilhão e a CSN anunciou que deve emitir nesta quinta-feira, 23, ao menos US$ 500 milhões para recomprar bonds.
Mais cedo, a moeda americana iniciou a sessão em alta, em meio aos ajustes para cima dos juros futuros após o IPCA-15 de janeiro, que subiu 0,71% na margem, desacelerando ante a alta de 1,05% em dezembro. Ainda assim, a prévia mensal do índice de inflação oficial do País veio quase em linha com a mediana das estimativas na margem (+0,70%), mas levemente acima da mediana em 12 meses.
Além disso, os investidores em geral temem uma disseminação ainda maior do coronavírus durante o feriado de uma semana pelo Ano Novo Lunar na China, que começa amanhã e manterá os mercados financeiros do país fechados na próxima semana.
Milhares de chineses costumam viajar nesse período. Há expectativas ainda por uma posição da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre declarar ou não emergência de saúde pública em decorrência do surto.
Autoridades chinesas já isolaram três cidades, incluindo Wuhan, origem do surto na região central da China. O surto já infectou mais de 570 pessoas e causou ao menos 17 mortes, segundo o jornal chinês Global Times. Casos da doença também já foram registrados em pelo menos outros cinco países, inclusive nos EUA e há um caso suspeito no Brasil, que está sendo investigado em Minas Gerais.
Há pouco, no exterior, os mercados de moedas não mostraram reação aparente significativa ao anúncio da decisão do Banco Central Europeu (BCE). As taxas de juros foram mantidas, na primeira reunião de 2020 e a segunda sob o comando de Christine Lagarde, que sucedeu o italiano Mario Draghi na presidência da instituição em novembro. O BCE, no entanto, lançou uma revisão de sua estratégia de política monetária, cujos detalhes serão publicados às 11h30 (de Brasília). Como previam analistas, o BCE manteve a taxa de refinanciamento em 0% e a de depósito em -0,50%. Logo mais, a partir das 10h30 (de Brasília), Lagarde falará sobre a decisão de hoje em coletiva de imprensa.
Às 10h03, o dólar à vista caía 0,09%, a R$ 4,1714. Na mínima, cedeu aos R$ 4,1669 (-0,20%), após ter subido a uma máxima de R$ 4,1904 (+0,36%) nos primeiros negócios. O dólar futuro para fevereiro recuava 0,24%, aos R$ 4,1740, após registrar mínima em R$ 4,1690 (-0,36%). Na máxima, mais cedo, esse contrato subiu aos R$ 4,1930 (+0,22%).
Por Silvana Rocha
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