Para chegar à lista das “top 10” barragens em “situação inaceitável de segurança”, a Vale fazia cálculos do risco monetizado para cada uma, em relação a “probabilidade de falha e custos se efetivado o rompimento”. De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais nesta terça-feira, 21, em tais cálculos havia informações de custo por perda de vida, em média de US$ 2,5 milhões.
“No final do cálculo de risco monetizado o produto era: probabilidade versus custo da ruptura. A partir daí criaram esse ranking top 10 das barragens com risco inaceitável”, disse o promotor William Garcia Pinto Coelho.
No caso da barragem 1 da mina de Córrego do Feijão, o valor por óbito em um eventual rompimento era de R$ 8,8 milhões por pessoa. No pior cenário para a barragem a Vale estimou 215 mortes, número altíssimo, mas ainda menor do que o que se configurou, com 270 vítimas fatais.
A conta dos possíveis danos era tão minuciosa que, segundo os promotores, englobava número de pessoas que poderiam ser atingidas, incluindo valores de ventiladores, aspiradores, colchões e carros, com diferenciação de preços por classe A, B, C, D, E.
A promotora coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Andressa de Oliveira Lanchotti, disse que as outras barragens nessa lista são hoje monitoradas por “auditorias verdadeiramente independentes”, custeadas pela Vale, mas que se reportam ao Ministério Público. Por conta disso que nos últimos meses foram acionadas emergência em algumas barragens.
Por Fernanda Guimarães e Mariana Durão
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