Após abrir em alta nesta terça-feira, 21, e de atingir máximas acima dos R$ 4,20 no mercado à vista, o dólar desacelerou o ajuste, reagindo a vendas de exportadores, diz Jefferson Rugik, diretor-superintendete da Correparti. Mais cedo, o dólar à vista bateu máxima em R$ 4,2086 (+0,48%), na esteira do pico intraday do dólar futuro de fevereiro em R$ 4,2115 (+0,39%).
Rugik diz que o mercado está precificando a valorização externa da divisa americana ante outras moedas emergentes por causa das preocupações com um surto de coronavírus na China às vésperas do feriado de uma semana no país, que começa na sexta-feira (24).
Um operador de outra corretora acrescentou que o mercado reage com mau humor também à informação de que os leilões de óleo do governo devem ser adiados deste ano para o próximo (2021), o que pode gerar crescimento do déficit fiscal em 2020 e deterioração no fluxo cambial do País.
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, o leilão da 7ª rodada de partilha do pré-sal também deverá ficar para 2021. Com isso, o déficit fiscal – projetado em R$ 124,1 bilhões neste ano – será afetado, já que os valores arrecadados seriam destinados à redução do rombo. Apenas Sépia e Atapu renderiam R$ 24,5 bilhões em bônus de assinatura. Assim, estima-se que déficit de 2020 supere o do ano passado (de cerca de R$ 70 bilhões).
Além disso, o mesmo operador que não quer ser identificado afirma que também pesa nas expectativas a sinalização do secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, de que as vendas de empresas estatais, que passam pelo Congresso, como Correios e Casa da Moeda, podem atrasar.
Os agentes financeiros devem monitorar nesta manhã a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em um painel no Fórum Econômico de Davos.
Às 9h34, o dólar à vista subia 0,24%, a R$ 4,1991, ante máxima antes em R$ 4,2086 (+0,48%). O dólar futuro de fevereiro estava em alta de 0,18%, em R$ 4,2025, após atingir máxima aos R$ 4,2115 (+0,39%).
Por Silvana Rocha
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