A edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central do Brasil (BC), aponta tendência de queda da inflação e de aumento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, a semana que se encerrou foi marcada por indicadores econômicos díspares.
De um lado, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, divulgada no dia 16 de janeiro, foi decepcionante. A expectativa do mercado para novembro do ano passado era de uma alta de 1,2% no faturamento do comércio restrito (que exclui automóveis e material de construção). O resultado foi 0,6%, a metade do previsto.
No dia seguinte, a sexta-feira 17, o Banco Central (BC) divulgou o IBC-Br, uma prévia do Produto Interno Bruto calculada pelo BC. A expectativa era de uma alta de 0,1 por cento, mas a alta registrada pelo BC foi de 0,18 por cento, quase o dobro do previsto.
De acordo com a consultoria Rosenberg & Associados, a inflação deverá começar a mostrar sinais de arrefecimento nas próximas semanas. A projeção da consultoria para o IPCA-15, uma boa prévia do IPCA para janeiro, é de 0,70%, bastante abaixo do 1,05% registrado em dezembro. Ainda segundo a consultoria, na comparação em 12 meses, o indicador deve passar para 3,91% ante os 4,33% anteriores.
A desaceleração da inflação deve partir do grupo Alimentação e Bebidas. A alta das proteínas deve perder força, e os preços do grupo Habitação devem desacelerar pela deflação da energia elétrica. A bandeira tarifária foi reduzida do nível Vermelha 1 para Amarela no fim do ano passado. Na contramão, o grupo Transportes deve acelerar puxado pela alta dos combustíveis.
O impacto disso nos juros ainda não é um consenso. Durante seu pronunciamento em Miami na sexta-feira (17), Roberto Campos Neto, presidente do BC, manteve o discurso de recomendação de “cautela” no estágio atual. Ele reiterou que a atividade econômica e os riscos definirão o futuro da Selic. Porém, a maioria dos economistas do mercado financeiro diz acreditar em um novo corte de 25 pontos-base do juro em fevereiro, reduzindo a Selic para 4,25% ao ano. Isso dependerá do ritmo da economia.
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