A fraqueza na atividade econômica no fim de 2019 ganhou um novo componente nesta quarta-feira, 15, com a divulgação das vendas no varejo em novembro. Desta forma, o mercado passou a apostar majoritariamente (60%) na baixa da Selic a 4,25% em fevereiro, o que provocou queda em toda a curva dos juros futuros. Na ponta curta, que é mais sensível à política monetária, o contrato para janeiro de 2021 chegou a se aproximar da mínima histórica, de 4,340% no dia 30 de outubro.
A taxa do contrato do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular em 4,390% e a estendida em 4,400%, de 4,445% ontem. A do janeiro 2023 recuou de 5,660% para 5,560% (regular) e 5,590% (estendida). A do janeiro 2025 caiu de 6,380% para 6,320% (regular) e 6,340% (estendida). E a do janeiro de 2027 passou de 6,750% para 6,710% (regular) e 6,740% (estendida).
A timidez com que o varejo restrito subiu em novembro – alta de 0,60% na margem, ante mediana de 1,20% – colocou mais gás nas apostas sobre a reunião do Copom dos dias 4 e 5 de fevereiro. Isso porque o indicador veio na sequência de quedas na produção industrial e no volume de serviços, e o Banco Central vem dando especial atenção à atividade econômica em suas decisões recentes.
Nos cálculos da Quantitas Asset Management, a curva de juros passou a precificar 60% de chance de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic, contra aposta de 51% ontem e 43% na segunda-feira.
O economista-chefe do banco digital modalmais, Alvaro Bandeira, também vê espaço para redução da Selic para 4,25%. “Sem grandes pressões inflacionárias, os três números – varejo, indústria e serviços – dão chance maior para queda nos juros. Houve uma melhora na comparação anual dos indicadores, mas está muito devagar, sem mostrar alta consistente”, disse.
Por Mateus Fagundes
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