O dólar fechou em R$ 4,14 na segunda-feira (13), alta de 1,19%. No mercado futuro de juros, as taxas também subiram, em sintonia com a apreciação do câmbio. O contrato de DI Futuro com vencimento em janeiro de 2021 subiu de 4,47% para 4,49%. A taxa dos vencimentos mais longos também subiu. Os contratos para janeiro de 2023 fecharam a 5,68% ao ano ante 5,73% da sexta-feira (10). A taxa dos contratos para janeiro de 2025 avançou de 6,38% para 6,45%.
Apesar desse movimento, o Índice Bovespa avançou 1,58% e fechou a 117.325 pontos, e o risco-país manteve-se inalterado. A taxa dos Credit Default Swap de cinco anos avançou apenas um ponto-base (centésimo de ponto percentual) para fechar em 100 pontos-base.
O que aconteceu? Na avaliação dos especialistas, os profissionais do mercado refizeram as contas e colocaram na equação os novos dados de desaquecimento da economia referentes a novembro. A inflação de 2019 medida pelo IPCA surpreendeu ao registrar 4,31%, logo acima do centro da meta, mas as estimativas são de preços mais comportados em 2020. O relatório Focus divulgado na segunda-feira (13) indicou uma redução do prognóstico para o ano. A correção foi ínfima, caindo de 3,60% para 3,58%. No entanto, como o que importa é a tendência, a aposta de novos cortes na taxa referencial Selic ganhou força.
Juros em baixa reduzem ainda mais a propensão dos investidores internacionais a trazer dinheiro de fora para o País. Na expectativa de que pode haver menos dólar na praça, a reação imediata do mercado foi comprar antecipadamente. No entanto, esse foi um movimento puramente técnico. Ou seja, o na segunda-feira (13) registrou-se o fato raro de uma movimentação do câmbio que mais técnica do que uma reação às expectativas.
Os indicadores econômicos a serem divulgados nesta terça-feira (14) podem confirmar a tese de que a economia não está tão aquecida quanto parecia. Às 10:20, Waldery Rodrigues, secretário especial de Fazenda, e Adolfo Sachsida, secretário especial de Política Econômica, divulgam a estimativa para o crescimento da economia este ano.
As projeções do governo são de 2,32%. Qualquer revisão desse número para baixo pode preocupar o mercado, já ressabiado com a queda da produção industrial referente a novembro do ano passado, e com a produção de automóveis fraca em dezembro.
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