A viagem por terras brasileiras da Lime, gigante dos patinetes, foi curta. A empresa anunciou na quinta-feira, 9, a saída de São Paulo e Rio de Janeiro após apenas seis meses de operação. O movimento da empresa faz parte de um esforço global para sair do vermelho – analistas estimam que a empresa teve prejuízo de US$ 300 milhões em 2019.
Além de sair do mercado brasileiro, a Lime deixará outras cinco cidades na América Latina: Bogotá, Buenos Aires, Montevidéu, Lima e Puerto Vallarta (México). As operações também serão encerradas em Atlanta, Phoenix, San Diego e San Antonio (EUA) e Linz (Áustria). Cerca de 100 funcionários, ou 14% do quadro da empresa, serão demitidos.
“Independência financeira é nosso objetivo para 2020, e estamos confiantes de que a Lime será a primeira companhia da nova geração de mobilidade a atingir lucratividade”, escreveu em comunicado Brad Bao, presidente executivo da empresa. Até o momento, a Lime, que está avaliada em US$ 2,4 bilhões, sobrevive com o dinheiro de investidores. Em 2018, o Uber, fez um aporte de US$ 335 milhões na companhia.
Alcançar a lucratividade, porém, não é uma tarefa tão simples: o custo de manutenção dos patinetes é alto. No Brasil, com aparelhos importados, isso é um problema ainda maior.
Além disso, todo o custo de operação de patinetes precisa ser absorvido pelas empresas, uma lógica diferente de serviços como o Uber, que “emprestam” dos motoristas sua frota de carros.
Com tudo isso, a Lime nunca conseguiu oferecer preço competitivo no País – era sempre a opção mais cara quando comparada aos rivais nacionais Grin/Yellow. Em dezembro, John Paz, diretor da Lime no Brasil, admitiu ao jornal O Estado de S. Paulo que a empresa era deficitária no País mesmo apresentando taxas de crescimento de 20% ao mês.
Sobram agora no mercado brasileiro, a Grin/Yellow, Scoo e Uber, que tem uma operação teste em Santos desde novembro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Bruno Romani
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