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Juros curtos fecham estáveis, em meio a produção industrial fraca e alta do dólar

As taxas mais curtas dos juros futuros reduziram gradualmente a queda ao longo da tarde desta quinta-feira, 9, fechando perto da estabilidade, acompanhando a movimentação do câmbio. Os contratos apagaram as baixas vistas desde a abertura, quando eram influenciados pela produção industrial bem mais fraca do que o previsto. No trecho longo da curva, contudo, após o forte leilão de títulos no fim da manhã, as taxas passaram por alívio. O mercado se prepara ainda para o IPCA de dezembro, que o IBGE divulga amanhã de manhã.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular em 4,455%, mesmo nível do ajuste de ontem, e a estendida em 4,440%. Por sua vez, a do DI para janeiro de 2023 caiu de 5,720% para 5,670% (regular) e 5,660% (estendida). O janeiro de 2025 recuou de 6,400% para 6,380% (regular) e 6,370% (estendida). Já o janeiro de 2027 saiu de 6,760% para 6,730% (regular) e 6,720% (estendida).

O dólar iniciou a aceleração perto do meio-dia, quando rompeu o nível de R$ 4,08, abrindo espaço para recomposição das taxas de juros mais curtas – na máxima, o DI para janeiro de 2021 chegou a subir a 4,460%. A subida da divisa americana reforça, entre uma parte dos investidores, o temor de que isso pode se traduzir em inflação ao longo do mês janeiro.

Por outro lado, o mercado acompanhou também os dados de atividade. A produção industrial recuou 1,20% na margem em novembro, uma queda bem maior do que o recuo de 0,50% esperado, segundo mediana de pesquisa do Projeções Broadcast. Se olhada por esta via, o indicador reforça a possibilidade de queda na Selic – o Santander, por exemplo, manteve a expectativa de que a taxa básica vai encerrar o atual ciclo em 4,0%.

Com pressões em direções opostas, a taxa do janeiro de 2021 acabou ficando na estabilidade.

Por sua vez, na ponta longa, a principal influência veio do leilão de títulos do Tesouro. O lote de 2 milhões do novo papel de dez anos, a NTN-F para 1/1/2031, foi colocado integralmente, a taxas máxima e média de 6,980% (PU 1.225,772796), com yield de corte de 7,50%.

O mercado aguarda ainda os dados de inflação do mês de dezembro e, por consequência, de 2019. Pesquisa do Projeções Broadcast mostra que as 56 estimativas na margem variam de 0,70% a 1,18%, com mediana em 1,08%. Já para o consolidado do ano, o intervalo de 55 expectativas vai de 3,84% a 4,34%, com mediana em 4,24%.

Por Mateus Fagundes

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