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Bitcoin bate recorde com bilhão de Musk. Está na hora de comprar?

A recente alta do Bitcoin (BTC) para um novo recorde, acima dos US$ 50 mil, empolgou os investidores. Mas mesmo com a expectativa de que o ativo continuará se valorizando no longo prazo, vozes experientes do mercado de criptomoedas alertam os interessados em começar a investir em BTC sobre a elevada volatilidade da moeda digital, com possíveis (e potencialmente duras) correções no curto prazo.

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Dentre os motivos para a alta da criptomoeda, que atingiu nova máxima histórica a US$ 53.143 nesta sexta-feira (19), está a adesão dos chamados “investidores institucionais” (empresas, fundos de investimento, bancos, entre outros) na compra do ativo. A montadora de carros elétricos norte-americana Tesla, do bilionário sul-africano Elon Musk, deu ainda mais destaque ao ativo ao anunciar que possui reservas de US$ 1,5 bilhão em Bitcoin, informando que aceitará a criptomoeda como forma de pagamento por seus automóveis.

Na análise de Marco Vinicius Castellari, CEO da Brasil Bitcoin, corretora de criptomoedas fundada em 2018 e que já conta com 110 mil clientes, o interesse em Bitcoin por parte dos investidores institucionais e de pessoas influentes traz mais credibilidade para o ativo. “A partir do momento em que temos empresas tão grandes e pessoas tão conhecidas entrando nesse ramo, isso traz a credibilidade necessária”, diz.

Perspectivas

A respeito das perspectivas, Bernardo Teixeira, CEO da BitcoinTrade, corretora fundada em 2017 e que hoje conta com 400 mil clientes, diz ser muito difícil fazer previsões para o BTC, destacando que qualquer estimativa de preço “tem muita chance de dar errado”. “Vários especialistas diziam que, provavelmente, em 2021 a cotação do Bitcoin ‘chegaria novamente aos 20 mil dólares’.  Essa marca foi atingida ainda em dezembro de 2020, e hoje já estamos mais de 150% acima dela”, conclui. Mesmo com otimismo para o longo prazo, Teixeira destaca a possibilidade de correções de preço agressivas no curto prazo se tratando de criptomoedas, e portanto recomenda: “invista em Bitcoin apenas aquele dinheiro que não faz falta no seu dia-a-dia.”

Também sem fazer previsões para a cotação, Castellari afirma acreditar que haverá correções devido ao fato de o preço do BTC ter subido bastante e muito rápido, mas aposta em uma valorização de longo prazo, apontando que a criptomoeda pode vir a substituir moedas convencionais em operações cotidianas. Essa tendência, porém, acaba esbarrando em um obstáculo de custo. “Hoje existe um grande problema com o Bitcoin, que é a questão do valor das taxas para se efetuar uma transação. Estão altíssimas, [chegando a] R$ 150,00 ou R$ 200,00 por transação. Então, se você está falando de uma transação de valor baixo, não tem como”, comenta o CEO.

Isso significa que, ainda que seja relativamente baixa a taxa cobrada pelas corretoras para que você compre Bitcoin e depois, eventualmente, venda dentro da mesma casa (cerca de 0,2%), é cobrada uma taxa mais significativa para transações do tipo “trade” (ou troca) entre corretoras ou carteiras diferentes. Isso acaba inviabilizando seu uso para operações de baixo valor entre indivíduos ou empresas, frequentes no dia-a-dia.

Perfil

No quesito perfil de investidores, Castellari elenca diversos perfis, tanto de renda e capital disponível quanto de objetivo, que buscam pelas criptomoedas. Ele destaca a existência de “holders”, que compram as criptomoedas com a intenção de acumular um patrimônio pensando no longo prazo, e “traders”, que realizam operações de compra e venda de ativos tanto entre corretoras diferentes quanto dentro de uma mesma corretora.

Indo além desses 2 grupos, Teixeira, da BitcoinTrade, acrescenta outros 2: os investidores institucionais (já mencionados anteriormente) e os iniciantes, mais inseguros e que ainda estão dando seus primeiros passos no ramo. A eles, a recomendação é buscar aprendizado, ter paciência e sangue frio.

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João Marinho

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