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Irã: 29 pessoas são executadas em uma semana, denuncia Iran Human Rights

O Irã enforcou 29 pessoas nesta semana, segundo a ONG Iran Human Rights. Agora sobe para 345 o número de pessoas mortas só neste ano, segundo cálculos da entidade. O anúncio levou o Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, a dizer que está “extremamente preocupado com os relatos” e que a situação no país é alarmante.

Segundo a ONG, 26 homens foram executados em grupo na prisão de Ghezel Hesar, a maior do país, e três homens foram mortos na penitenciária de Karaj (Prisão Central), entre a segunda-feira, 5, e a terça-feira, 6. Dois deles eram afegãos e estavam no corredor da morte por acusações de estupro. Das 345 pessoas executadas neste ano, ao menos 87 estavam encarceradas.

Os 29 mortos estavam presos por acusações que envolviam assassinato, tráfico de drogas e estupro. “A República Islâmica, ao explorar a atenção global sobre sua tensão com Israel, está atualmente envolvida em assassinatos em massa de prisioneiros e intensificando a repressão no Irã. Sem uma resposta imediata da comunidade internacional, centenas de indivíduos podem se tornar vítimas da máquina de matar da República Islâmica nos próximos meses. Todos os países com relações diplomáticas com a República Islâmica são obrigados a reagir a esses crimes e evitar novas atrocidades”, diz o diretor da Iran Human Rights, Mahmood Amiry-Moghaddam, em nota da entidade.

Ainda segundo a nota da organização, foi a maior execução em massa desde 2009 em presídios iranianos, quando 20 pessoas foram executadas por crimes relacionados a drogas na prisão Rajai Shahr.

Repercussão

Em nota emitida nesta sexta-feira, 9, Volker Türk, Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, afirma que ele está “extremamente preocupado com os relatos”. Ele lembrou que, dos 345 mortos, 15 eram mulheres.

Pelos cálculos da ONU, cerca de metade das pessoas executadas no Irã neste ano foram mortas sob a justificativa de envolvimento com tráfico de drogas. “Impor a pena de morte para crimes que não envolvem assassinato intencional é incompatível com as normas e padrões internacionais de direitos humanos, como enfatizamos repetidamente”, diz o texto.

Türk também diz se preocupar com as recorrentes ausências de “devido processo e padrões de julgamento justo em muitos desses casos”. “Várias execuções foram realizadas sem que a família do prisioneiro nem o advogado fossem informados”, afirma.

O principal alvo, ainda segundo a ONU, são as minorias, incluindo curdos, árabes ahwazi e balúchis. “É hora de o Irã se juntar ao crescente consenso mundial em direção à abolição universal, impondo uma moratória sobre as execuções, com vistas a abolir definitivamente a pena de morte”, diz o Alto Comissário da ONU.

Por Clayton Freitas

Estadão Conteúdo

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