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Kalama é opção lógica, mas não a melhor; Trump terá de adequar discurso, avaliam analistas

A desistência do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à candidatura para uma possível reeleição à presidência norte-americana acontece após forte pressão nas últimas semanas e que o apoio de Joe Binden a Kamala Harris é a estratégia lógica para o partido, mas não a melhor opção e que Donald Trump terá que mudar discursos de ataque, avaliam professores.

Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais, destacou, em entrevista à Globo News, que se dependesse de Biden, ele continuaria na disputa pela presidência, mas houve uma pressão não apenas por parte dos Democratas do Congresso, mas também por parte de doadores. “Quando se fala em eleições americanas, o lado financeiro é muito importante”.

“A Kamala Harris pode não ser politicamente a melhor escolha, mas acho que a escolha para quem vai substituir Biden não é só mais de quem é politicamente interessante ou que tenha um desempenho melhor. Tem uma questão logística, prática e burocrática de campanha. As pessoas que doaram dinheiro para a campanha do Biden, não doaram para o partido, doaram para a campanha e Kamala Harris é parte desta campanha”, explica Poggio.

Para Paulo Velasco, professor de relações internacionais da UERJ, a desistência de Biden à candidatura para presidência dos EUA cai como uma luva para Donald Trump. “Acreditavam que Trump poderia adotar uma postura mais ponderada e moderada após o atentado sofrido no sábado passado, mas vimos que não é bem assim”, diz, referindo-se ao post feito por Trump nas redes sociais na tarde deste domingo para comentar a desistência de Biden.

“Ele continua sendo o Trump de sempre. Trump deve estar pensando em uma estratégia para Kamala, pois ela é jovem, uma afro-americana. “É um fato novo. Isso pode mexer com as pesquisas e com as eleições. Imagino que a estratégia agora do partido Republicano é saber como começar a bater de maneira mais contundente na Kamala porque não poderá alegar a idade, nem dificuldade cognitiva mental, mas certamente será o Trump de sempre que estamos acostumados a ver”, explica Velasco.

Por Eduardo Puccioni

Estadão Conteúdo

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