Christian Tein, líder do partido pró-independência da Nova Caledônia conhecido como Unidade de Coordenação da Ação em Campo, dirigiu-se a apoiadores e manifestantes neste sábado, 25, em uma mensagem de vídeo, apelando para eles “permanecerem mobilizados” em todo o arquipélago francês do Pacífico e “manterem a resistência” contra os esforços do governo de Paris para impor reformas eleitorais que os indígenas, o povo kanak, temem que os marginalizem ainda mais.
A mensagem foi divulgada em redes sociais dois dias depois de ele e outros líderes pró-independência terem se reunido com o presidente francês, Emmanuel Macron, em visita ao território, após distúrbios que deixaram sete mortos e um rasto de destruição.
Macron pressionou pela remoção das barricadas junto aos líderes de ambos os lados da divisão da Nova Caledônia: os indígenas kanak, que querem a independência, e os líderes pró-Paris, que não.
O presidente francês disse que o estado de emergência imposto por Paris por pelo menos 12 dias, em 15 de maio, para aumentar os poderes policiais, só poderá ser levantado se os líderes locais apelarem à remoção das barricadas erguidas na capital, Nouméa, e em outros locais.
Na mensagem, Tein apelou aos manifestantes para “afrouxarem ligeiramente o controle” das barricadas em Nouméa, em seus subúrbios e ao longo das principais estradas do arquipélago, a fim de permitir o transporte de combustível, alimentos, medicamentos e facilitar o acesso aos serviços de saúde aos habitantes do arquipélago.
Mas Tein insistiu que as barricadas permanecerão até que as autoridades francesas levantem os mandados de prisão domiciliar para vários dos membros do seu partido e que o governo de Macron rejeite a reforma eleitoral que os kanaks temem que dilua a sua influência, permitindo que alguns recém-chegados ao arquipélago votem em eleições locais.
“Continuamos mobilizados e mantemos todas as formas de resistência”, disse Tein, que exortou seus apoiadores a permanecerem firmes e a absterem-se da violência. Ele acrescentou: “Nosso principal objetivo é que nosso país obtenha plena soberania”.
Ambas as casas do Parlamento francês, em Paris, já aprovaram a reforma. O passo seguinte seria uma sessão especial de ambas as casas, em Versalhes, para implementá-la, alterando a Constituição da França. Isso era esperado até o final de junho.
Falando depois de se reunir com líderes na Nova Caledônia, Macron disse que não forçará a contestada reforma eleitoral e apelou aos líderes locais a chegarem a um acordo alternativo para o futuro do arquipélago.
Fonte: Associated Press
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