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Estudo mostra que mais da metade dos brasileiros acessam redes de má qualidade

Um novo estudo sobre conectividade no Brasil revelou que cerca de 57% dos brasileiros que têm acesso a uma rede usam internet de baixa qualidade. A pesquisa, realizada pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), foi divulgada nesta terça-feira, 16, e destrinchou o cenário de conexão de internet no País.

De acordo com o estudo, chamado “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil”, houve uma alta no número de pessoas que acessam a internet no Brasil: agora, 84% da população têm internet em casa ou em algum dispositivo móvel e acessam a web pelo menos uma vez ao dia.

Mas apenas uma pequena fatia tem nas mãos uma internet que é considerada pelo órgão como satisfatória, ou seja, que atende a critérios como velocidade similar ao 4G, dispositivo inteligente, conexão fixa e frequência de uso.

Foram considerados no estudo algumas variáveis para construir um placar de 0 a 9, onde quanto mais perto de 9 maior a qualidade da conexão. Nessa relação, cerca de 57% da população se encontra na faixa mais baixa da pesquisa, com pior qualidade de rede. Aproximadamente 20% estão na faixa intermediária e apenas 22% estão na parcela considerada adequada.

“A complexidade do cenário atual, marcado por rápidos avanços tecnológicos, têm exigido um alargamento da compreensão sobre inclusão digital. Considerar o nível de conectividade de um país pela quantidade de usuários de Internet entre seus habitantes não é mais suficiente. Os debates mais recentes no Brasil e no exterior sobre a questão enfatizam a necessidade de pensar na conectividade de maneira abrangente”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br/NIC.br.

A situação também varia por regiões no Brasil. No sudeste, por exemplo, 31% das pessoas têm acesso a internet considerada satisfatória, enquanto no nordeste do país, esse mesmo índice é de apenas 10%. O sul do país fica com 27% da população nessa faixa, enquanto no norte, apenas 11% acessam uma rede estável.

Apesar de ainda não significar uma melhora expressiva, os índices encontrados no estudo são um avanço em relação a anos anteriores. A análise retrospectiva identificou uma redução na diferença entre os dois extremos presentes no estudo. Em 2017, por exemplo, apenas 10% da população tinha uma internet considerada de qualidade.

“Esse quadro sugere uma tendência positiva, mas ainda que tenha sido detectada uma melhora progressiva, é preciso celeridade para reduzir as disparidades de conectividade no Brasil, que são reflexo direto das desigualdades que marcam a estrutura social do país”, alerta Graziela Castello, coordenadora de estudos setoriais no Cetic.br e responsável pelo levantamento.
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Por Bruna Arimathea

Estadão Conteúdo

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