Categories: Empresas

Haddad e Dario Durigan chegam à residência oficial de Lira para discutir subvenções do ICMS

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou na manhã desta quarta-feira, 8, à residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O chefe da equipe econômica vai tentar convencer os líderes partidários da Casa a apoiarem a proposta que limita o uso das subvenções do ICMS pelas empresas para reduzir a base de cálculo do pagamento dos impostos federais.

A reunião também conta com a participação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.

A mudança nas subvenções do ICMS faz parte do pacote de medidas lançado por Haddad para aumentar a arrecadação federal e, com isso, tentar zerar o déficit das contas públicas em 2024. O cumprimento da meta fiscal, contudo, enfrenta o ceticismo do mercado financeiro e de alas do Congresso e, recentemente, foi posta em dúvida pelo próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Lira tem dito que ainda não há acordo sobre o mérito da proposta enviada pelo ministro da Fazenda.

Em reunião na semana passada com Lula e Haddad, no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara afirmou que o chefe da equipe econômica precisa convencer os líderes partidários da importância da medida.

A proposta regulamenta uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proíbe as empresas de usarem as subvenções estaduais do ICMS para reduzir a base de cálculo do pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) quando os recursos forem usados para custeio, e não para investimento. Empresas que se beneficiam dessa brecha na lei, principalmente no Nordeste e no Norte, mas também em outras regiões, têm pressionado os deputados a não aprovarem o texto.

Haddad pediu a Lira que coloque a proposta em votação por meio de Medida Provisória, e não do projeto de lei que foi enviado pelo governo para substituir a MP. A forma de tramitação faz diferença, nesse caso, porque, quando um projeto de lei é aprovado, é preciso esperar a chamada “noventena” para que os efeitos da nova legislação passem a valer. Nesse cenário, a estimativa de arrecadação cairia de R$ 35,3 bilhões com a MP para R$ 26,3 bilhões no PL.

O governo enviou o PL para substituir a MP devido ao impasse entre Câmara e Senado sobre o rito de tramitação das medidas provisórias. O imbróglio surgiu no começo do ano e até o momento não foi resolvido.

O presidente da Câmara tem dito, contudo, que “tanto faz” neste momento discutir se a votação ocorrerá por MP ou por PL. O importante, de acordo com Lira, é convencer os líderes do mérito da proposta, o que ainda não aconteceu.

Por Iander Porcella

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Visões de Maria, estátuas que choram; veja novas regras do Vaticano para validar evento sobrenatural

O Vaticano revisou na sexta-feira, 17, o processo de avaliação de supostas visões da Virgem…

4 horas ago

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos mais críticos, diz diretora do Fed

A turbulência bancária ocorrida no ano passado nos Estados Unidos ilustra claramente que supervisores e…

9 horas ago

ABBC diz que redução no teto do consignado INSS prejudica bancos de menor porte

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que as reduções do teto dos juros do…

22 horas ago

Governo enviará MP para flexibilizar lei de licitações em casos de calamidade, diz ministra

A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou que o governo federal enviará uma Medida Provisória…

22 horas ago

AGU parabeniza 3 Poderes por ‘alto nível de diálogo interinstitucional’ sobre desoneração

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, comemorou na rede social X (antigo…

22 horas ago

Consulta pública para projeto rodoviário da Nova Raposo recebe quase 2 mil contribuições

A consulta pública do projeto da rodovia Nova Raposo, em São Paulo, contou ao todo…

22 horas ago