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ONU: milhares de outros civis podem morrer, em caso de operação em larga escala em Gaza

O Alto Comissário da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Perthes, alertou neste sábado que uma operação de “larga escala” na Faixa de Gaza tem o potencial para provocar milhares de outras mortes de civis, além das já ocorridas. Em comunicado, a autoridade fala em “possíveis consequências catastróficas” e alerta para as consequências humanitárias e em direitos humanos “devastadoras e duradouras”.

Perthes diz que “a violência continuada não é a resposta” e pede que as partes e outros países, sobretudo os com influência sobre as partes do conflito, façam de tudo para conter o conflito. Segundo ele, há relatos de que os bombardeios e as operações da última noite de forças de Israel foram os mais intensivos até agora, “levando esta terrível crise a um novo nível de violência e dor”.

O Alto Comissário nota que os ataques de Israel contra instalações de telecomunicações e a consequente falta de internet deixam os moradores de Gaza sem meios de saber o que ocorre na região nem no restante do mundo. “Lembramos a todas as partes de suas obrigações sob a lei humanitária internacional e a legislação internacional de direitos humanos”, reforça.

Perthes diz que o ataque à infraestrutura de telecomunicações deixa a população civil em grande perigo, pois equipes de ambulâncias e da defesa civil não conseguem mais localizar feridos, nem as milhares de pessoas que estariam sob escombros. Civis tampouco conseguem informações sobre onde podem conseguir ajuda humanitária ou onde haveria menos risco, enquanto muitos jornalistas não conseguem reportar sobre a situação.

Ainda segundo a autoridade, o Alto Comissariado da ONU perdeu contato com colegas em Gaza na última noite. “Não há local seguro em Gaza e não há como sair. Estou muito preocupado com meus colegas, bem como por todos os civis em Gaza.”

Perthes ainda comenta que, quando terminarem as hostilidades, os sobreviventes enfrentarão “os escombros de suas casas e os túmulos de seus familiares”. “Infligir ferimentos e trauma sobre centenas de milhares de pessoas não ajuda ninguém”, argumenta.

Por Gabriel Bueno da Costa

Estadão Conteúdo

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