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Inflação continua demasiado elevada, diz diretora do Fed

A diretora do Federal Reserve (o banco central americano) Michelle Bowman disse que a inflação continua demasiado elevada e, por isso, diz ser apropriado que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) “aumente ainda mais as taxas (de juros) e as mantenha num nível restritivo durante algum tempo, para devolver a inflação ao nosso objetivo de 2%”. As declarações foram feitas em discurso para o encontro anual da Associação de Bancos de Connecticut.

“A última leitura de inflação baseada no índice de despesas de consumo pessoal (PCE) mostrou que houve aceleração, respondendo em parte aos preços mais elevados do petróleo. Vejo um risco contínuo de que os preços elevados da energia possam reverter alguns dos progressos que temos visto na inflação nos últimos meses”, disse Bowman.

A dirigente enumera uma série de indícios sobre a solidez da economia dos EUA e destacou que o relatório de emprego mais recente mostrou um mercado de trabalho com sólidos ganhos de emprego. “O ritmo médio de criação de emprego ao longo do último ano abrandou um pouco e a taxa de participação da força de trabalho também melhorou ao longo do mesmo período, um sinal de que a oferta e a procura no mercado de trabalho podem estar atingindo um melhor equilíbrio”, ponderou.

Mesmo assim, Bowman lembrou que o sistema bancário continua forte e resiliente. “O crescimento do saldo dos empréstimos bancários abrandou, mas os sólidos balanços das famílias e das empresas, combinados com a importância crescente dos empréstimos não bancários, sugerem que a política monetária poderá ter efeitos menores sobre os empréstimos bancários e a economia do que no passado”, continuou.

Bowman afirma que diante das projeções econômicas divulgadas em setembro na reunião do Fomc, mostrando expectativa de que a inflação se mantenha acima de 2% pelo menos até ao final de 2025, continua a “esperar que será necessário um maior aperto da política monetária para reduzir a inflação de forma sustentável” e para trazê-la de volta à meta de 2%.

“É importante notar que a política monetária não segue um rumo pré-definido. Os meus colegas e eu tomaremos as nossas decisões com base nos dados recebidos e nas suas implicações para as perspectivas econômicas”, disse. É necessário fazer a inflação regressar ao objetivo de 2% do Fomc para alcançar um mercado de trabalho forte e sustentável e uma economia que funcione para todos”, concluiu ao tratar do tema.

Por Marcio Rodrigues

Estadão Conteúdo

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