Internacional

BCE reitera confiança de que inflação desacelerará com o tempo

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou a postura da instituição na política monetária atual, durante discurso no Congresso Bancário Europeu. Em sua fala, ela disse nesta sexta-feira que o BCE continua a acreditar que a atual inflação mais elevada desacelerará adiante, portanto “não faz sentido” apertar a política monetária neste momento.

Lagarde notou que a zona do euro ainda está na fase da reabertura econômica, após o auge do impacto da covid-19. Em particular, preços elevados de energia e gargalos na oferta, além da retirada de medidas de distanciamento físico, causam “fricções consideráveis em alguns setores”, disse. “Isso está se refletindo em taxas elevadas de inflação, que devem subir mais até o fim do ano.”

A dirigente reconheceu que a inflação é algo “doloroso”, por pressionar a renda real das pessoas, e que “há naturalmente preocupações sobre o quanto ela durará”. Mas argumentou que os fatores subjacentes a elevar os preços perderão fôlego no médio prazo, “que é o horizonte que importa para a política monetária”. De qualquer modo, problemas no lado da oferta e os preços elevados de energia “provavelmente desacelerarão o crescimento no curto prazo”.

Lagarde disse que o BCE não deve conduzir um aperto “prematuro” em sua política em resposta a “choques motivados pela oferta”. Um aperto nesse contexto seria uma força contrária indesejável para a recuperação. Ela destacou o papel do BCE de “nutrir” a recuperação, sem retirada prematura de apoio.

A presidente do BCE disse que o “salto” nos preços da inflação está vinculado à reabertura e à recuperação na demanda global, com questões como restrições na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), produção modesta de xisto nos EUA e menos exportações de gás de Noruega e Rússia. A energia deve provocar algum impacto para os consumidores da zona do euro nos próximos meses, previu.

Ela afirmou que é difícil prever exatamente quando a inflação perderá fôlego, mas para a dirigente não há demanda em excesso, no quadro atual. Nesse contexto, ela defendeu que o BCE seja “paciente e persistente” em sua política monetária, o que seria a melhor forma para atingir a meta de inflação em 2% de maneira sustentada.

Por Gabriel Bueno da Costa

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Prejuízo líquido da CSN cai 41,69% no 1º tri para R$ 479,662 milhões

A Companhia Siderúrgica Nacional registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 479,662 milhões no primeiro trimestre…

28 minutos ago

Combustíveis voltam a chegar aos poucos ao RS, mas muitos postos seguem alagados

A chegada de combustíveis nos postos de abastecimento nas áreas afetadas por enchentes no Rio…

41 minutos ago

‘Diário Oficial da União’ publica MP autorizando importação de arroz após enchentes no RS

O Diário Oficial da União publicou no final da noite da quinta-feira, 9, edição extra…

43 minutos ago

Petz registra lucro líquido ajustado de R$ 6,884 mi no 1º trimestre, queda de 64,1%

A Petz encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 6,884…

12 horas ago

Supermercados racionam venda de arroz, feijão, leite e óleo de soja por causa de enchente no RS

Os reflexos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul já apareceram no varejo.…

12 horas ago

Sabesp tem lucro líquido de R$ 823,3 mi no 1º trimestre, alta de 10,2%

A Sabesp registrou lucro líquido de R$ 823,3 milhões no primeiro trimestre de 2024. O…

12 horas ago