A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que o “cenário de base” indica que as pressões de alta nos preços são transitórias e que a inflação da zona do euro deve permanecer abaixo da meta de 2% da entidade no médio prazo. Sob estas condições, o BCE não vai considerar elevar os juros na região, segundo disse ela, durante discurso ao Comitê de para Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu nesta segunda-feira.
Entre os fatores que provocam esta pressão temporária, Lagarde citou o “forte aumento dos preços do petróleo desde meados do ano passado, a reversão da redução temporária do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) na Alemanha e pressões de custo decorrentes de escassez temporária de materiais e equipamentos”. Este último item, caso se estenda, pode fazer com que a inflação fique elevada por mais tempo que o esperado, de acordo com a dirigente, que ainda ponderou que o BCE vê “sinais limitados” no momento de que isso possa ocorrer.
Sobre a evolução da economia europeia, Lagarde disse que um “forte” crescimento é esperado para a segunda metade de 2021, continuando o movimento do primeiro semestre. Esta previsão, porém, segue incerta e dependente da situação da pandemia de coronavírus, mas os “riscos estão amplamente equilibrados”, disse a banqueira central.
Para dar suporte à recuperação econômica, Lagarde disse que será necessário manter as condições financeiras “favoráveis” na zona do euro, algo que deve ser garantido pela revisão da estratégia de política monetária do BCE realizada em julho, de acordo com ela. Para “avaliar a adequação” da política monetária em relação ao objetivo de estabilidade de preços no bloco monetário, Lagarde anunciou que uma nova revisão estratégica será feita em 2025.
A presidente do Banco Central Europeu esclareceu que a entidade não busca “deliberadamente” por uma inflação acima da sua meta de 2% ao ano. Para atingir a meta de forma sustentada e por toda a base de projeções do BCE, é possível que a inflação fique moderadamente acima de 2%, disse ela, ao ponderar que o BC comum tem “todas as razões” para crer que efeitos de base e as pressões nos preços de energia não resultarão em uma inflação sustentada.
Lagarde afirmou, porém, que a entidade ficará atenta aos gargalos na cadeia de suprimentos, caso eles se estendam além do esperado. Demanda de salários, excesso de poupanças e as expectativas inflacionárias na zona do euro também serão acompanhadas de perto pelo BCE, segundo a dirigente. A banqueira central afirmou que as expectativas subiram recentemente, mas “apenas” para cerca de 1,7% a 1,8% ao ano.
Por Gabriel Caldeira
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