Política

Bolsonaro leva MP do Auxílio Brasil a Arthur Lira, mas não a PEC dos Precatórios

Apesar de a comitiva de ministros que acompanhou o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Congresso nesta segunda-feira ter destacado a importância da PEC dos Precatórios para viabilizar o pagamento ampliado do Bolsa Família em 2022, a proposta de mudança na Constituição não foi entregue no período da manhã pelo governo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), recebeu de Bolsonaro apenas a MP do Auxílio Brasil, com as novas diretrizes do programa social – ainda sem valor definido, mas que deve aumentar dos atuais R$ 190 para uma média de R$ 300.

Já a PEC dos Precatórios, que propõe mudanças à Constituição para permitir o parcelamento dessas dívidas a partir do próximo ano, só deve ser enviada pelo governo ao parlamento no período da tarde desta segunda-feira. De acordo com fontes consultadas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a equipe econômica ainda trabalha em ajustes no texto.

A PEC prevê o pagamento à vista de dívidas de até R$ 66 mil e o parcelamento em dez anos dos débitos superiores a R$ 66 milhões. O governo ainda trabalha na formatação dos precatórios de valor intermediário.

Originalmente, o texto previa a liberação de até 2,6% da Receita Corrente Líquida (RCL) para o pagamento à vista dessas dívidas, o que permitiria a quitação à vista de débitos de até R$ 450 mil no próximo ano. O restante seria parcelado conforme os precatórios de maior valor.

Mesmo sem entregar o texto a Lira mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentou que a PEC dos Precatórios criará uma previsibilidade para esses gastos que, segundo ele, inviabilizaria não só os programas sociais como o funcionamento da Esplanada dos Ministérios.

O governo esperava uma conta de cerca de R$ 55 bilhões em precatórios para 2022, mas a fatura chegará perto dos R$ 90 bilhões.

Para convencer os parlamentares a autorizar a medida, a equipe econômica propõe ainda que parte dos recursos levantados com privatizações seja usada para pagar esses débitos e também para turbinar os benefícios sociais da população mais pobre – tudo fora do teto de gastos.

Por Eduardo Rodrigues e Camila Turtelli

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

AgroGalaxy revela dívida de R$ 3,7 bi; securitizadoras e bancos estão entre maiores credores

A AgroGalaxy, uma das principais redes de varejo de insumos agrícolas do Brasil, apresentou na…

2 horas ago

‘Deus me livre de mulher CEO’: Luiza Trajano faz publicação contra fala de empresário

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu, fez uma publicação na rede…

3 horas ago

Superintendência do Cade aprova venda de parte do capital da Financeira BRB

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de…

3 horas ago

Vale: Esperamos chegar a um acordo final no processo de mediação em outubro

Em resposta a comentários do ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, a Vale afirmou,…

15 horas ago

BNDES aprova crédito de R$ 58 Mi a TW Transportes para reconstrução de armazém no RS

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou crédito emergencial, na modalidade investimento…

15 horas ago

BC informa ocorrência de incidente de segurança com chaves Pix sob guarda da SHPP Brasil/Shopee

O Banco Central informou nesta quinta-feira, 19, a ocorrência de incidente de segurança com dados…

16 horas ago