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EUA: SEC confirma pausa em IPOs de empresas da China para orientação sobre riscos

A Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente americana à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse nesta sexta-feira (30) que paralisou o processamento de registros de ofertas públicas iniciais (IPOs) de empresas da China nos Estados Unidos. O objetivo do órgão é elaborar novas orientações ao mercado sobre os riscos envolvidos em comprar ações de companhias do país asiático, em meio a uma ofensiva regulatória de Pequim. A informação foi antecipada pela agência Reuters.

De acordo com o presidente da SEC, Gary Gensler, muitas empresas que tem base operacional na China utilizam companhias de fachada offshore em outra jurisdição, como as Ilhas Cayman, para abril capital. Isso ocorre, segundo a autoridade americana, porque boa parte da setor privado da China não pode listar ações em bolsas no exterior.

Gensler afirma que essas companhias de fachada celebram contratos de serviço com as empresas do país asiático e, em seguida, emitem ações em moeda estrangeira.

“Embora a empresa de fachada não tenha participação acionária na empresa operacional baseada na China, para fins contábeis, a empresa de fachada pode consolidar a empresa operacional em suas demonstrações financeiras”, diz o comunicado da SEC.

Após a revisão, portanto, a SEC passará a exigir que as empresas intermediárias deixem claro nos documentos para o IPO que os investidores não estão comprando diretamente ações de companhias da China. Além disso, o órgão regulador americano também ordenará que os papéis para abertura de capital sinalizem que há incertezas sobre as ações futuras do governo chinês.

“Acredito que tais divulgações são cruciais para a tomada de decisão de investimento informada e estão no cerne do mandato da SEC para proteger os investidores nos mercados de capitais dos EUA”, afirma Gensler.

Nas últimas semanas, a China reforçou uma ofensiva regulatória sobre os setores de tecnologia e educação privada. Como mostrou reportagem do Estadão/Broadcast, o movimento gerou cautela nos mercados internacionais e dúvidas sobre os próximos passos do governo chinês.

Por Iander Porcella

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Estadão Conteúdo

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