O número de mortos em razão das inundações que assolam regiões da Europa chegou a 190 no último domingo, (18), enquanto equipes de resgate continuam as buscas por corpos e o tema ganha repercussões políticas. Ao mesmo tempo, novas tempestades chegam a algumas áreas, aumentando o temor de outras tragédias.
A chanceler alemã, Angela Merkel, começou a percorrer no domingo, áreas devastadas pelas piores inundações “do século”. Com uma expressão séria no rosto, Merkel chegou na cidade de Schuld, no Estado de Renânia-Palatinado, um dos dois mais atingidos no oeste da Alemanha, onde o transbordamento do Rio Ahr destruiu casas.
“É uma situação surreal e fantasmagórica. Diria até que o idioma alemão tem dificuldade em encontrar palavras para descrever a devastação”, disse Merkel em entrevista coletiva. “Não digo que uma inundação seja o exemplo da mudança climática, mas se observarmos os danos dos últimos anos, são simplesmente maiores que no passado”, acrescentou a chanceler.
Ao menos 159 pessoas morreram desde quarta-feira na Alemanha e outras 31 morreram na Bélgica. As chuvas extremas também afetaram a Suíça, Luxemburgo e Holanda.
Favorito para substituir Merkel comete gafe
O desastre teve fortes conotações políticas na Alemanha, que realizará eleições gerais no dia 26 de setembro, marcando o fim dos 16 anos de Merkel no poder. Especialistas afirmam que o aquecimento global faz com que os eventos climáticos extremos se tornem mais frequentes e os candidatos que buscam suceder Merkel pedem mais ações climáticas.
Armin Laschet, chefe de governo do Estado de Renânia do Norte-Vestfália e favorito na disputa para chanceler, pediu para acelerar o combate à mudança climática. No entanto, Laschet, líder do partido de Merkel, teve sua imagem manchada no sábado, 17, quando foi gravado rindo da cidade de Erftstadt, onde as inundações provocaram um aterro. Nas imagens, Laschet conversava e ria no fundo enquanto o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, expressava sua dor às famílias afetadas. “Laschet ri enquanto o país chora”, publicou o jornal Bild.
O dirigente se desculpou posteriormente no Twitter pelo momento “inadequado”.
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