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Mundo ultrapassa 4 milhões de mortos por covid-19 sob ameaça de novas variantes

O mundo superou a barreira das quatro milhões de mortes por covid-19 nesta quinta-feira, (8), um número superior a população de qualquer uma das capitais brasileiras, a exceção de São Paulo e Rio. De acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins, 4 milhões e 4 mil pessoas morreram pela doença, e mais de 185 milhões de casos foram confirmados pelo mundo – contagem que pode ser inferior à quantidade real de infectados, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pandemia demorou nove meses para ceifar um milhão de vidas, e o ritmo acelerou desde então. O segundo milhão foi perdido em três meses e meio, o terceiro em três meses e o quarto em cerca de dois meses e meio.

“Os números podem não contar a história completa, mas ainda assim são realmente surpreendentes em todo o mundo”, disse Jennifer B. Nuzzo, epidemiologista da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins.

Nuzzo afirma que o número de mortes relatadas em todo o mundo sugere que “os países de baixa renda foram muito mais atingidos do que seus números oficiais sugerem.”

No ranking de casos confirmados desde o começo da pandemia, Estados Unidos (33.771.942), Índia (30.709.557) e Brasil (18.909.037) lideram. Quanto ao número de mortos, os EUA lideram (606.220), seguidos pelo Brasil (528.540) e pela Índia (405.028).

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, na quarta-feira, (7), que quatro milhões de mortos representam um marco trágico e disse que o número de mortos continua aumentando em grande parte por causa das variantes perigosas do vírus e da injustiça distribuição de vacinas.

“Combinado por variantes em movimento rápido e desigualdade chocante na vacinação, muitos países em todas as regiões do mundo estão vendo picos acentuados de casos e hospitalizações”, disse em uma coletiva.

Ameaça da variante Delta

O avanço da variante Delta – identificada inicialmente na Índia – converteu-se na maior preocupação das autoridades sanitárias no momento. Se o número de mortos vem decrescendo a cada semana, o número de novas infecções vem aumentando, após quase dois meses de declínio, em razão da elevação das taxas em países como Reino Unido, Indonésia e Rússia, duramente atingidos pela nova cepa.

Na Indonésia, com o sistema de saúde sobrecarregado, muitos cidadãos recorrem à ivermectina, um tratamento antiparasitário anunciado por algumas personalidades como um remédio para a covid, apesar das recomendações oficiais contra esse produto.

“Não temos mais (ivermectina) porque muitos clientes vieram comprá-la”, disse à France-Presse Yoyon, chefe de uma associação profissional de farmacêuticos em Jacarta.

No hospital Mariinskaia, na cidade russa de São Petersburgo, a “zona vermelha” para pacientes com covid-19 está com quase todos os seus 760 leitos ocupados. Em apenas meia hora na UTI, os corpos de dois pacientes foram removidos em bolsas mortuárias pretas. Mas, “felizmente, a maioria dos pacientes se salva”, disse o chefe do serviço, Pavel Ermakov.

Às vésperas de sediar os Jogos Olímpicos, Tóquio decidiu declarar estado de emergência, anunciou o primeiro-ministro Yoshihide Suga, a duas semanas da cerimônia de abertura. A medida será estendida até 22 de agosto e foi justificada pelas autoridades, devido ao aumento contínuo das infecções por coronavírus na capital japonesa, especificamente a variante Delta.

Vacinas fazem a diferença

Várias vacinas se mostraram eficazes contra o coronavírus, incluindo a variante Delta, e as taxas de mortalidade caíram drasticamente em muitas partes do mundo onde um grande número de pessoas foram vacinadas, como os Estados Unidos e grande parte da Europa.

Mas o vírus ainda está disseminado em regiões com taxas mais baixas de vacinação, como partes da Ásia, África e América do Sul. Alguns lugares com taxas de vacinação relativamente altas, como a Inglaterra, também estão vendo picos de casos, embora menos desses casos tenham causado hospitalizações e mortes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Por Redação, O Estado de S.Paulo

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Estadão Conteúdo

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