Internacional

Fed: Rosengren alerta para alta de preços no mercado imobiliário

O presidente da distrital de Boston do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Eric Rosengren, fez um alerta para a alta de preços no mercado imobiliário americano como um possível risco à estabilidade financeira do país.

De acordo com o dirigente, os Estados Unidos não podem se dar ao luxo de bancar “o boom e o colapso” do setor. “Acho que vale a pena prestar muita atenção ao que está acontecendo no mercado imobiliário “, disse Rosengren em entrevista ao jornal Financial Times.

O preço médio de vendas de casas existentes nos EUA teve salto anual de 23,6% em maio, a US$ 350.300, ultrapassando a marca de US$ 350.000 pela primeira vez, de acordo com dados divulgados na semana passada pela Associação Nacional de Corretoras (NAR, na sigla em inglês).

Um eventual superaquecimento do mercado imobiliário americano e seus impactos na inflação podem corroborar à visão mais “hawkish” de alguns dirigentes do Fed, que defendem antecipar a retirada de estímulos monetários concedidos pela autoridade.

Rosengren tammbém afirmou na entrevista que as condições para se pensar se houve um “progresso substancial” da economia dos Estados Unidos vão se dar ainda em 2021. O Fed já afirmou que começaria a reduzir estímulos monetários somente depois de ter visto um “progresso adicional substancial” em direção à meta de inflação média de 2% e ao pleno emprego.

Na semana passada, Rosengren declarou causando grande repercussão entre investidores e economias, que o mercado de trabalho americano deve atingir o pleno emprego no ano que vem. As falas do dirigente vêm enquanto operadores e analistas tentam estimar quando o BC dos EUA dará início ao processo de retirada dos estímulos monetários para evitar um superaquecimento da economia local, que está em trajetória de recuperação após a crise da covid-19.

De acordo com Rosengren, “quando for apropriado” dar início a tal processo, o ritmo de compras de títulos lastreados em hipotecas seria reduzido à mesma taxa que as operações com títulos do Tesouro. “Isso significaria que pararíamos de comprar títulos de hipotecas muito antes de pararmos de comprar títulos do Tesouro”, disse o dirigente.

Por Eduardo Gayer

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Estadão Conteúdo

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