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Bolsas de NY fecham em baixa, após Fed e de olho em chance de aumento nos juros

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira, em sessão com grande influência da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Após a publicação das projeções de dirigentes sinalizando uma alta de juros em 2023, as bolsas ampliaram perdas. Já na coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell, houve redução nas perdas em meio a comentários de que a recuperação dos Estados Unidos ainda está incompleta e que o Fed continuará a apoiar o quadro.

O índice Dow Jones recuou 0,77%, em 34.033,67 pontos, o S&P 500 caiu 0,54%, a 4.223,70 pontos, e o Nasdaq teve perda de 0,24%, a 14.039,68 pontos.

O Fed voltou a destacar que espera que a alta recente na inflação nos EUA esteja sendo motivada especialmente por fatores temporários, mas sinalizações sobre juros apontam uma reação mais firme sobre o aumento dos preços. As autoridades revisaram suas projeções de inflação para cima “significativamente” neste ano, avalia a Capital Economics. Ainda sobre as perspectivas, a mediana agora mostra dois aumentos nas taxas de juros de 25 pontos-base em 2023, o que “presumivelmente tem relação com preços mais altos”, analisa, em uma reação que surpreendeu a consultoria por uma menor tolerância ao aumento de preços.

Na coletiva de imprensa, Powell indicou que a inflação no país pode ficar mais alta e persistente do que o esperado, o que aprofundou as perdas dos índices. No entanto, ao longo do evento, o dirigente adotou uma postura mais “dovish”, indicando que a recuperação ainda não está completa e que há riscos, como a pandemia, além de destacar um “grupo de desempregados no país”. As bolsa reduziram as perdas enquanto Powell destacou o prosseguimento da compra de ativos para apoiar o quadro e que a discussão de alta de juros agora “seria prematura”.

De olho nas perspectivas de altas no juros, ações de bancos subiram. JP Morgan (+0,62%), Morgan Stanley (+0,56%), Wells Fargo (+0,24%) foram alguns dos papéis beneficiados. Já o papel da General Motors se valorizou 1,56%, após a montadora ampliar em 75% os seus planos de investimentos em carros elétricos e automáticos até 2025.

Por outro lado, algumas ações de big techs tiveram perdas. Na terça, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, colocou uma forte crítica destas empresas como uma importante reguladora federal para comércio, em um momento no qual o setor está sob intensa pressão. Facebook (-1,68%), Alphabet, que controla a Google, (-0,53%) e Twitter (-0,50%) recuaram.

Por Matheus Andrade

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Estadão Conteúdo

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