Internacional

Fed diz que, se expectativas de inflação ficarem desancoradas, usará instrumentos

Vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Richard Clarida afirmou nesta quarta-feira que, embora espere que a alta recente na inflação nos Estados Unidos seja fruto de fatores transitórios, reagirá aos dados conforme eles sejam divulgados. Durante evento virtual da National Association for Business Economics (Nabe), o dirigente disse que ficará “bastante atento” às várias medidas de expectativas de inflação no médio prazo e que, caso elas sofram uma desancoragem, existe o compromisso do banco central de usar os instrumentos disponíveis para acertar o rumo dos preços rumo à meta de longo prazo de 2%.

Clarida comentou que a reabertura da economia tem colocado “certa pressão” sobre os preços, com a retomada global afetando preços de commodities, por exemplo.

Conforme os negócios reabrem, “haverá certos desequilíbrios”, previu, notando ainda que gargalos entre a oferta e a demanda podem pressionar a inflação mais do que o esperado.

O dirigente disse haver riscos de baixa à economia, como novas cepas da covid-19, eventualmente resistentes a vacinas, e mesmo o ritmo da vacinação pelo mundo. Há ainda uma “demanda contida considerável”, enquanto os EUA continuam com apoio fiscal.

Após ter admitido que ficou um tanto “surpreso” com o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA de hoje, ele comentou que este era “apenas um dado”, como o payroll (dado de emprego) abaixo do esperado em abril. “Vamos separar o que é transitório do que não é e garantir inflação na meta”, afirmou, dizendo-se também “surpreso” com geração de vagas mais modesta do que sua previsão no mês passado. O mercado de trabalho americano ainda está em “um buraco fundo” e levará algum tempo para se recuperar, avaliou.

Para reduzir suas compras de bônus, o Fed deseja ver “progresso substancial” rumo a suas metas para o emprego e a inflação, disse Clarida.

Segundo ele, no cenário-base a economia dos EUA pode crescer “6% ou 7%”. Ele ainda se disse favorável a “investimento inteligente em infraestrutura”, que poderia impulsionar a produtividade do país.

Por Gabriel Bueno da Costa

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Estadão Conteúdo

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