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Dólar tem terceira queda seguida e recua a R$ 5,62 com EUA no foco

O dólar teve a terceira sessão seguida de queda nesta quinta-feira, 15, novamente com influência maior do mercado externo. Em novo dia sem maiores novidades sobre o impasse do Orçamento deste ano, o governo apresentou as diretrizes para o de 2022. Mas o ambiente de busca por risco de emergentes, em meio a nova rodada de indicadores fortes da economia dos Estados Unidos e bons balanços corporativos americanos, especialmente de bancos, ajudaram a fortalecer as moedas da região, na medida em que os juros longos americanos ficaram comportados, e o real se alinhou aos pares. Houve ainda relatos de fluxos de entradas para o Brasil, influenciado por exportação da safra de grãos, além de aportes na renda fixa e bolsa.

No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,75%, a R$ 5,6281. Já o dólar para maio era negociado em queda de 0,54% às 17h26, a R$ 5,6285.

“O fator mais determinante hoje para o câmbio foi o movimento global de moedas”, avalia a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.

As moedas de emergentes ganharam força ante o dólar, com o alívio nas taxas de retorno (yields) dos juros longos americanos, mesmo com os indicadores superando as previsões, levando as bolsas em Nova York a novos recordes históricos. As vendas no varejo dos EUA subiram 9,8% em março, acima dos 6,1% esperados pelos economistas em Wall Street. Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 576 mil, o menor nível do indicador desde 14 de março de 2020. A expectativa era de que ficassem em 710 mil.

O avanço da vacinação nos EUA e o pacote de estímulo fiscal do presidente norte-americano, Joe Biden, estão começando a mostrar seus resultados na economia, comentam os estrategistas da americana LPL Financial.

Em um ambiente de mais propensão a tomar risco, operadores reportaram entrada de capital para o Brasil, nesta quinta-feira mais para a renda fixa. Também houve relatos de mais fluxos comercial, por conta da exportação da safra agrícola, que tende a se intensificar em abril e maio. Mas mesmo com este fluxo, um diretor de tesouraria observa que a questão do Orçamento de 2021, que na quarta e nesta quinta ficou em segundo plano, pode ter peso mais determinante nas cotações, considerando que o prazo oficial para o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionar o texto, até 22 de abril, está terminando. A melhora recente do real pode ser temporária, diz ele.

O presidente brasileiro está em uma encruzilhada na questão do Orçamento, avalia a consultoria internacional TS Lombard. Se Bolsonaro assinar o texto, estará cometendo uma ação que pode torná-lo alvo de uma processo de impeachment. Se vetar, seu apoio no Congresso despenca. Não só Bolsonaro, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, também está em uma posição desconfortável e tem feito pouco progresso em avançar as negociações, observam os analistas de Brasil da TS, Elizabeth Johnson, Wilson Ferrarezi, em relatório.

Por Altamiro Silva Junior

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Estadão Conteúdo

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