Executivos do setor de tecnologia tiveram de encarar perguntas do Congresso americano mais uma vez. Os presidentes executivos do Facebook, do Google e do Twitter participaram ontem de uma audiência realizada pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos EUA.
O tema da sessão, que aconteceu por videoconferência, foi a desinformação nas plataformas digitais, com foco em acontecimentos recentes, como o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro e também assuntos relacionados à pandemia.
Primeira audiência com executivos de tecnologia após a invasão do Parlamento dos EUA, as influências e ações das redes sociais em relação ao episódio foram um tema muito discutido. Mark Zuckerberg, do Facebook, Sundar Pichai, do Google, e Jack Dorsey, do Twitter, foram incisivamente cobrados a responder com “sim ou não” se suas plataformas contribuíram com a disseminação de desinformação e o planejamento do ataque. Dorsey disse que sim, ressaltando que o problema não é apenas dos sistemas tecnológicos. Zuckerberg e Pichai se recusaram a dar uma resposta direta.
“Acho que a responsabilidade é das pessoas que agiram para infringir a lei”, disse o presidente do Facebook. A exigência da resposta com “sim ou não”, que se repetiu em outros momentos da sessão, pareceu irritar os executivos. Durante a audiência, Dorsey publicou uma enquete em sua conta no Twitter com as opções “yes” e “no”.
Entre os questionamentos, foram recorrentes também assuntos relacionados à pandemia. Além disso, os deputados fizeram perguntas sobre o uso de plataformas digitais por crianças, bullying e discursos de ódio direcionados a grupos específicos.
Debate
Um dos pontos centrais sobre moderação de conteúdo na internet é a Seção 230, lei americana que protege empresas de internet de responsabilização por conteúdos de usuários. Pichai disse que algumas propostas para a legislação podem a desvirtuar.
Zuckerberg definiu etapas para reforma da lei, dizendo que as empresas devem ter imunidade de responsabilidade se seguirem as melhores práticas para remoção de conteúdo. Além disso, sugeriu que o Congresso traga mais transparência e supervisão sobre como as empresas devem agir em relação ao tema.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Giovanna Wolf e Guilherme Guerra
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