Internacional

Brasil deixa de pagar aporte ao banco do Brics

O governo brasileiro não honrou o pagamento da penúltima parcela de US$ 292 milhões para o aporte de capital no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), a instituição financeira criada pelos cinco países do grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O prazo para a quitação da parcela terminou no dia 3 e o Brasil agora está inadimplente com o banco que ajudou a fundar e é um dos acionistas.

—> Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito, todos os dias, em seu e-mail

O dinheiro para o pagamento da parcela da dívida com o Banco do Brics e outros compromissos com os bancos multilaterais ficou de fora do projeto de lei que foi votado no fim do ano para remanejar despesas do Orçamento de 2020 e atender a demandas de obras de interesse do governo e emendas de parlamentares aliados.

No fim do ano, o argumento para votar correndo o texto, mesmo na frente de votação de outros projetos importantes, foi o de que o governo precisava honrar os seus compromissos com organismos multilaterais e não podia ficar com a imagem arranhada na comunidade internacional.

O Brasil ficou inadimplente com o Banco do Brics justamente no ano em que o brasileiro Marcos Troyjo assumiu a presidência da instituição por indicação do governo Bolsonaro e o total de financiamento aprovado para o País bateu recorde em 2020, atingindo US$ 3,5 bilhões.

Ex-secretário Especial de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Troyjo fez apelos aos ministros Paulo Guedes (Economia), Walter Braga Netto (Casa Civil) e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para conseguir o pagamento dentro do prazo, mas não obteve sucesso. Um ofício foi enviado aos três alertando para os riscos do não pagamento, inclusive, o de a nota de crédito do banco dada pelas agências internacionais ser afetada negativamente.

Diante da inadimplência, o Brics, por determinação contratual, terá de comunicar às agências de classificação de risco, detentores de títulos e parceiros internacionais, o não pagamento. O Palácio do Planalto foi avisado pelo Ministério da Economia do problema.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Adriana Fernandes

Siga o Mercado News no Twitter e no Facebook e assine nossa newsletter para receber notícias diariamente clicando aqui.

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Vale, BHP e poder público pedem suspensão de ações sobre Mariana até 11 de outubro

Numa sinalização de que as mineradoras e o poder público estão perto de chegar a…

9 horas ago

Johnson & Johnson abre novo processo de falência em busca do fim de ações judiciais sobre talco

A Johnson & Johnson abriu um terceiro pedido de falência, acionando o capítulo 11 da…

9 horas ago

Presidente da Petrobras discutiu colaboração entre empresas com ministro indiano

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, se reuniu com o ministro de Petróleo e Gás…

12 horas ago

Segundo leilão de PPP da Sanepar termina na B3 com 3 vencedores distintos

O segundo leilão de parcerias público-privada (PPP) para serviços de esgotamento sanitário da Companhia de…

12 horas ago

Saneamento Consultoria arremata lote 1 de leilão, com oferta de R$ 5,17 e deságio de 24,85%

A Saneamento Consultoria, grupo formado pelas empresas Aegea, Perfin e Kinea, arrematou o lote 1…

12 horas ago

Iguá arremata lote 3 do leilão de PPP da Sanepar com oferta de R$ 4,75 e deságio de 26,24%

A Iguá Saneamento arrematou o lote 3 do leilão de parcerias público-privada (PPP) para serviços…

12 horas ago