Internacional

OMS: situação pode sair do controle em 2020 nos países com alta transmissão

Diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan alertou hoje que, em países com alta transmissão da covid-19, a situação pode sair de controle em 2020, havendo um colapso nos sistemas de saúde. Em coletiva, Ryan não citou nenhuma nação especificamente, mas no começo da semana o Brasil foi descrito como um país no qual o avanço do vírus era “muito preocupante”. Onde há “alta transmissão, vacina não irá resolver o problema rapidamente”, indicou o diretor.

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O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, afirmou que, mesmo com a vacina disponibilizada, é importante que pessoas sigam com medidas de precaução. Segundo Tedros, a liberação dos imunizantes contra a covid-19 no Reino Unido foi um avanço científico, assim como a aplicação do dexametasona no combate à doença meses atrás. O diretor anuncio ainda uma iniciativa para ajudar “100 países em 100 dias” na vacinação e contenção da pandemia, em parceria com o Banco Mundial e o Fundo Global, dentre outras organizações.

“Esperamos 20% da população vacinada com ajuda da Covax, temos 189 países e economias na iniciativa”, afirmou, sobre o projeto que engloba mais de 90% da população mundial. O diretor reafirmou que o projeto demanda mais US$ 4,3 bilhões em 2020. A expectativa é que 500 milhões de doses sejam distribuídas até o meio de 2021, e que, depois disso, haja aumento nos envios, atingindo até 2 bilhões de doses.

A confiança da população nos processos de imunização foi um tema bastante presente na coletiva, sendo descrito como “crítica” a compreensão das populações sobre quem deve ter as prioridades durante as campanhas. A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que o processo acelerado de produção de vacinas não foi feito pulando verificações de etapas de segurança, mas “otimizando testes clínicos e investimentos em produção”. Ryan projetou que vacinações obrigatórias e exigências de comprovação de imunização serão temas nos próximos meses, mas no momento, “ainda nem temos as doses necessárias”.

“Iniciativa de presidentes se vacinarem em público é positiva, ficaria feliz em fazê-lo, mas tenho que assegurar que é minha vez”, respondeu Tedros sobre o anúncio de presidentes dos Estados Unidos de que irão fazer aparições públicas sendo imunizados. Como conclusão, a epidemiologista Maria Van Kerkhove projetou que os “próximos seis meses serão difíceis, mas esperançosos”.

Contato: matheusg.andrade@estadao.com

Por Matheus Andrade

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Estadão Conteúdo

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