Internacional

Brasil não pode ter ‘ideologia e bandeira’ em comércio com outros países, diz CNA

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins, disse nesta terça-feira que o Brasil não pode ter “ideologia nem bandeira” no comércio exterior. “Exportamos para mais de 170 países. Não são os Estados Unidos que vão determinar o que produzimos ou para quem vamos vender”, afirmou.

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Em coletiva para fazer um balanço de 2020 e projeções para 2021, Martins foi questionado sobre a visão do setor dos recentes embates do entorno de Bolsonaro com a China. Na semana passada, a embaixada da China em Brasília reagiu à acusação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Bolsonaro, de que o país praticaria espionagem por meio de sua rede de tecnologia 5G.

“Ele não é o presidente da República, os filhos do presidente são apenas deputado e senador”, afirmou Martins. “O presidente é o Jair Bolsonaro, é ele que quando fala temos que ouvir”, completou.

Martins disse que seu relacionamento no governo é com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que disse ter “constantemente contornado rompantes”.

Ele ressaltou ter uma “relação profissional” com o presidente Jair Bolsonaro. “A CNA tem que se portar com profissionalismo, é a representante dos produtores rurais de todas as ideologias”, completou.

Martins disse que conversou com o embaixador da China no início da pandemia, com quem disse ter relação de “amizade pessoal” para garantir que não haveria problemas de abastecimento. “A CNA procura sempre se afastar de ideologia. Somos produtores rurais e precisamos exportar o que produzimos, o consumo interno não é suficiente. É mercado, quem paga melhor, quem quer vender produto”, completou.

A superintendente de Relações Internacionais da confederação, Lígia Dutra, defendeu o pragmatismo nas relações comerciais e disse que o produtor brasileiro é hoje um grande parceiro do comprador chinês. “Claro que existem tensões geopolíticas, que não são exclusivas do Brasil. Por isso é preciso fortalecer negociações multilaterais e a Organização Mundial do Comércio (OMC), que é onde podemos questionar se as políticas feitas pela China estão ou não de acordo (com as regras de comércio). Temos que usar esses caminhos”, completou.

Por Lorenna Rodrigues

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Estadão Conteúdo

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