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Lagarde: ainda há incertezas sobre vacina, como logística de aplicação

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, considerou nesta quinta-feira, 12, uma vacina para a covid-19 uma boa notícia, mas recomendou certa cautela sobre o tema, ao lembrar que existem incertezas sobre o assunto, entre elas como será a logística de aplicação do imunizante. Durante evento virtual do BCE, Lagarde disse que a primeira onda da doença trouxe ensinamentos, além de argumentar que, nesta segunda onda de casos do vírus na Europa, um lockdown duradouro não é o melhor meio de lidar com o quadro.

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Lagarde falou em evento virtual com a presença do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey. Na avaliação dela, nove meses atrás o mundo estava em “um mar de incertezas” e fazer projeções econômicas era algo muito difícil. Agora, Lagarde avalia que o fato de a eleição nos Estados Unidos já ter ocorrido retira um pouco de incertezas, mas que as dúvidas sobre a relação comercial futura entre Reino Unido e União Europeia após o Brexit ainda perduram.

Para a presidente do BCE, a zona do euro conseguiu mostrar uma resposta fiscal mais rápida neste choque do que na crise financeira de mais de uma década. Ela também considerou que a cooperação entre os bancos centrais globais “têm sido espetacular”, por exemplo com linhas de swap cambial para garantir a oferta de dólares. Sobre o sistema bancário, a dirigente considerou que os bancos agora estão mais capitalizados, com alavancagem sob controle. “Os bancos atuam como facilitadores, em vez de estarem no olho do problema como antes”, comparou com a crise financeira.

Lagarde afirmou que a crise atual deve deixar marcas, com falências previstas em alguns setores. Também destacou o impacto sobre mulheres e jovens, no quadro atual, que pode ter impactos duradouros se não for enfrentado.

A presidente do BCE comentou ainda sobre a possibilidade de se lançar um euro digital. Ela disse que o banco central não tem pressa de lançar essa moeda digital, considerando-a um possível complemento, não um substituto para a moeda tradicional. “Ainda decidiremos se avançamos ou não rumo a um euro digital”, afirmou, mas também citando vantagens possíveis dessa iniciativa, como facilitar pagamentos para além das fronteiras nacionais.

Por Gabriel Bueno da Costa

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Estadão Conteúdo

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