Membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE) e vice-presidente do Conselho de Supervisão da entidade, Yves Mersch defendeu em discurso hoje as ações adotadas pelo BCE durante a crise provocada pela pandemia da covid-19. Segundo ele, as medidas adotadas pelo banco central são “temporárias, orientadas e proporcionais”. Além disso, conforme o quadro evolui, o BCE está pronto a fazer ajustes em seus instrumentos e nas práticas de supervisão, assegurou.
Mersch falou em evento da própria instituição sobre aspectos jurídicos que embasam o trabalho do BCE. Ele garantiu que os dirigentes respeitam os limites impostos pela lei, mas também lembrou que há jurisprudência sobre o mandato do BCE para definir a política monetária a fim de buscar a estabilidade de preços, com meta de quase 2% de avanço anual para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Ele também lembrou que o BCE não pode realizar financiamento monetário e deve manter o princípio da economia de mercado aberta, com recursos alocados de modo eficiente.
O dirigente considerou as medidas recentes do BCE como “firmes”, mas necessárias para lidar com a crise atual. Segundo ele, a resposta atual mostra que o arcabouço legal do BCE é flexível, “mas apenas até certo ponto”. “Tempos extraordinários exigem ação extraordinária”, afirmou Mersch sobre o atual contexto.
Por Gabriel Bueno da Costa
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